BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


quarta-feira, 28 de abril de 2010

BIOGRAFIA DO TINTUREIRO - IVONÉTE MIRANDA


BIOGRAFIA DO TINTUREIRO
Ivonéte Miranda



Eu li que Marcelo Cardoso Lima nasceu em Maceió, Alagoas, nordeste do Brasil, no dia 1º de março de 1983, terra do Marechal Deodoro da Fonseca.

Filho de Joana e Cristiano, irmão de Laura e Ronaldo, embora adorasse as belas praias de sua terra teve de acompanhar a família quando o pai decidiu ir morar na Nova York em 1990.

Muito cedo demonstrou interesse por abrir todos os aparelhos eletrônicos que via, e depois foi cursar a melhor universidade de tecnologia, seguindo brilhante carreira na famosa empresa de celulares.

Nunca desistiu de voltar para o Brasil, mas o que os pais não esperavam era que ele comprasse uma tinturaria em São Paulo e lhes pedisse absoluto segredo.

Os vizinhos da tinturaria Paulista estranharam quando o japonês vendeu o negócio com tradição local desde o começo do século.

Marcelo não fez alarde quando tomou posse da velha tinturaria e nem buscava prosa com os clientes.

Eu disse para o agente da Interpol que logo que vi a manchete do jornal reconheci o tintureiro que havia sido preso por roubo do celular japonês de última geração.

Falei ainda que achava muito esquisito que, todos os dias, quando a tinturaria fechava as portas, homens de ternos pretos e óculos de sol enormes, se aproximassem sorrateiros, sem trazerem nada nas mãos.

Acrescentei que o novo dono da tinturaria erguia a porta, olhava para os dois lados, como que para ter certeza da ausência de olhares intrusos, e acenava para os homens entrarem rapidamente e tornava a cerrar a porta.

Mesmo quando o tintureiro queimou o meu vestido predileto, dizendo que esqueceu o ferro estava ligado, não desconfiei que ele não fosse do ramo, nem tampouco um espião.

Um espião nordestino, com especialização americana, com a missão de obter a tecnologia japonesa.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

O TESTE DE MARINA - Sanae Guenka Palma

O TESTE DE MARINA
Sanae G. Palma

Marina estava muito insegura procurando emprego. Ela tinha acabado de se formado em historia.


Vestiu-se em terninho discreto, rezou para o seu anjo e tratou de buscar confiança para fazer o teste na escola Ana Maria. Lá foi ela e sua amiga Tereza para a mesma vaga.

A prova apresentou algumas questões fáceis e outras difíceis, conseguiu terminar em cerca de uma hora, então passou a fazer a dissertação cujo tema era a escravidão onde descreveu a abolição dos negros pela Princesa Isabel.

Marina foi muito bem e acabou sendo chamada para lecionar. No fundo do coração ela sentiu um friozinho na barriga, pois julgava ter ido mal.

Feliz da vida tinha conseguido o emprego, mas ao mesmo tempo ficou infeliz porque sua amiga Teresa não passou.


A VIZINHA DO APARTAMENTO VINTE E NOVE - Francisco Costa


A VIZINHA DO APARTAMENTO VINTE E NOVE


Vagarosamente ele via a terra ficar para trás, um gigante de aço soltando fumaça pelo topete da chaminé, apitava para maior comoção de um coração que sozinho parecia palpitar e incomodado se pudesse diria preferir “os pés ao chão”. O horizonte virava um espelho d’água e ele assumia a condição de “marinheiro de primeira viagem” num cruzeiro em que o navio singrava as águas agitadas de um mar abissal.

Depois que ele teve a permissão do comandante para ver da cabine de comando o horizonte que surgia e não o que ficava para trás, sentiu que o certo era cair na gandaia para adquirir o espírito de curtição que tal passeio proporcionava. Deslumbrou-se ao assistir variados shows de artistas nacionais e internacionais, dançou com mulheres bonitas, comeu do bom e do melhor. No segundo dia ele estava sentado à beira da piscina quando de repente avistou alguém sozinha que estava deitada de bruços tomando sol, se aproximou e viu que o único companheiro daquela linda mulher era um livro as suas mãos sob a sombra de seu elegante chapéu, tal livro continha na capa o título “Procuro alguém”. Sorrateiramente ele sentou-se ao lado e a indagou: Oi, tudo bem! Quando ela olhou de soslaio ele a reconheceu em ser a Vivi do apartamento vinte e nove do prédio em que morava na capital paulistana.

Oi Ambrósio, que bela surpresa!

Dissestes bela surpresa?

Sim! Por que não?

Ambrósio se apresentou como sendo seu vizinho, percebeu o caminho aberto para um relacionamento bacana, daí pra frente o cruzeiro virou dólar e juntos formaram o par que não existia em toda aquela multidão de passageiros. Gostos e desejos eram iguais pela arte em geral, as ambições de aventuras também idênticas. Os oito dias restantes do passeio passaram-se como se fosse um e ao voltarem a pisar em chão firme, assumiram o compromisso de marido e mulher. Formaram uma família dentro de um ambiente de prosperidade que perdurou por todas as suas vidas.

BIOGRAFIA DE CHICO OCOSTA - POR CHICO OCOSTA


BIOGRAFIA
CHICO OCOSTA


CHICO OCOSTA (Francisco Oliveira Costa), natural do sítio Taboca – Tianguá Ceará. Participou de várias antologias poéticas e como escritor tem a sua principal obra ”Sítio Taboca um pedacinho do Ceará”, que retrata a história do lugar onde nasceu. É astrônomo amador e freqüentador dos lugares em que brota arte e criatividade. Vive numa busca incessante do saber para aperfeiçoar os moldes da sua existência.



VÔO DA MORTE - CHICO COSTA





VÔO DA MORTE

CHICO COSTA



Um avião explodiu e o clarão das chamas acordou a selva amazônica, pássaros bateram asas na escuridão sem horizonte, répteis e insetos queimados, mamíferos desnorteados, estalos e fumaça de corpos carbonizados, ausência de gemidos, a fotossíntese daquele ambiente de horror parou. Pelas redondezas os índios pularam de suas redes e fora da oca procuravam por tupã no céu estrelado, tudo já havia acontecido.



Algumas horas depois, desencadeou a aurora e a vida na selva tomou outro rumo. Aviões da FAB riscavam a atmosfera ainda fria atrás dos destroços e por intuição índios adentravam as matas a procura de vestígios, aos quais logo se depararam. Balcões da companhia aérea repletos de familiares em busca de informações, sem parar os telefones eram ligados para um contato, havia a esperança de que em cada alô dito, buscar-se a voz do familiar que não chegou – do outro lado realmente não havia alô, o vazio da voz juntava-se ao físico. Confirmada a tragédia viera o caos, a TV Globo com o “plantão Globo” aumentava os sofrimentos de todos ao ouvirem aquele som que ficara funesto ao deixar os corações mais sensíveis por ocasião da morte do Airton Senna. Especulações chegavam a todo o momento, porém nenhuma substancial. Depois de algum tempo a confirmação de que os culpados de toda destruição de aeronave e vidas foram provocadas por dois pilotos norte-americanos que partiram de São José dos Campos em São Paulo com destino aos Estados Unidos. E por serem “folgados” negligenciaram as manobras das operações do “plano de vôo” até que bateram as duas aeronaves em pleno ar, por sorte escaparam com vida estes dois indivíduos.



Bases da Aeronáutica e Exército brasileiros foram montadas em Mato Grosso, homens de muita coragem e dedicação depois de vários dias de êxitos deram por encerradas às operações de buscas.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

CAIU! - Ivonéte Miranda



CAIU !
Ivonéte Miranda – 2010




 Foi do alto do edifício mais alto da cidade que o homem se lançou.
Alguns passeavam pela calçada sem perceber o que estava por acontecer.
Outros viram a silhueta do homem perto do céu, um pouco antes.
Antevia-se no rosto de alguns o pavor, a piedade, a revolta ...
Um grito alertou a todos.
O corpo se aproximava do chão.
CAIU ! Caiu em cima do toldo da confeitaria.
Toldo antigo, resistente, que acolheu o corpo como uma rede.
Muitos homens surgiram do nada e retiraram o infeliz dali.
Todos olhavam estarrecidos para o cidadão ileso, pouco antes da salva de palmas.
A mulher com a bíblia na mão direita se aproximou do homem e perguntou :
- POR QUÊ ? POR QUÊ, MEU DEUS ?
Ao que o homem respondeu :
- Por que o que ?
- Tão jovem, desistir da vida ...
- Da vida não desisto nem quando morrer, eu estava era limpando a calha.
Todos caíram, agora em sonora gargalhada.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SARAU NA CASA MARIO DE ANDRADE NA BARRA FUNDA - 9 DE ABRIL - LOGO LOGO HAVERÁ OUTRO...NÃO FATE!


DIA 9 DE ABRIL ÀS 19 HS TEVE SARAU DE BOA QUALIDADE NA CASA MÁRIO DE ANDRADE.
RUA LOPES CHAVES 546  -  BARRA FUNDA - SP - SP

O ICAL esteve lá e agradece pelo simpático convite do Pezão.
Além de simpático anfitrião ainda tirou as fotos abaixo e nos enviou:
Dinah Choichit, Maura Fernandes, Maria Salete Lima e Sanae Guenka








quarta-feira, 7 de abril de 2010

CURIOSIDADE LITERÁRIA: LITERATURA DE CORDEL

CORDEL

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.



Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. Participe mandando sugestões de temas pelo twitter no endereço twitter.com/grupoiped ou acesse o site http://www.colegioweb.com.br/










Quadra


Estrofe de quatro versos. A quadra iniciou o cordel, mas hoje não é mais utilizada pelos cordelistas. Porém as estrofes de quatro versos ainda são muito utilizadas em outros estilos de poesia sertaneja, como a matuta, a caipira, a embolada, entre outros.
A quadra é mais usada com sete sílabas. Obrigatoriamente tem que haver rima em dois versos (linhas). Cada poeta tem seu estilo. Um usa rimar a segunda com a quarta. Exemplo:

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá (2)
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá (4).

Outro prefere rimar todas as linhas, alternando ou saltando. Pode ser a primeira com a terceira e a segunda com a quarta, ou a primeira com a quarta e a segunda com a terceira. Vejamos estes exemplos de Zé da Luz: (ABAB ou ABBA)

E nesta constante lida
Na luta de vida e morte
O sertão é a própria vida
Do sertanejo do Norte
Três muié, três irimã,
Três cachorra da mulesta
Eu vi nun dia de festa
No lugar Puxinanã.




Sextilha


É a mais conhecida. Estrofe ou estância de seis versos. Estrofe de seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimados; verso de seis pés, colcheia, repente. Estilo muito usado nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema ou evento e usando o ritmo de baião. Exemplo:

Quem inventou esse "S"
Com que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade



Oitava


Estrofe ou estância (grupo de versos que apresentam, comumente, sentido completo) de oito versos: oito-pés-em-quadrão. Oitavas-a-quadrão.
Como o nome já sugere, a oitava é composta de oito versos, ou oito linhas ou duas quadras, com sete sílabas. A rima na oitava difere das outras. O poeta usa rimar a primeira com a segunda e terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima. Todas as estrofes são encerradas com o verso: Nos oito pés a quadrão. Vejamos versos de uma contaria entre José Gonçalves e Zé Limeira: - (AAABBCCB)

Gonçalves:

Eu canto com Zé Limeira
Rei dos vates do Teixeira
Nesta noite prazenteira
Da lua sob o clarão
Sentindo no coração
A alegria deste canto *
Por isso é que eu canto tanto *
NOS OITO PÉS A QUADRÃO

Limeira:

Eu sou Zé Limeira e tanto
Cantando por todo canto
Frei Damião já é santo
Dizendo a santa missão
Espinhaço e gangão
Batata de fim de rama *
Remédio de velho é cama *
NOS OITO PÉS A QUADRÃO



domingo, 4 de abril de 2010

AMOR E MEL - CHICO COSTA





AMOR E MEL
CHICO COSTA

Sabina era uma linda jovem que costumava se debruçar sobre a janela, para durante o dia se ater com os pássaros de seu frutífero pomar, eram várias espécies que voavam em pleno céu azul anil para lhe encontrar. Quando chegava a noite aproveitava para contemplar as estrelas do céu escuro em breu ou ao luar dourado que fazia a natureza cochilar num manto de penumbra. Certo dia o sol matinal brilhava intensamente, as asas dos beija-flores cintilavam a cada movimento dos seus vôos acrobáticos ou mesmo quando pairavam em pleno ar. Eis que o beija-flor mais formoso pousou em seu ombro e após fazer cafuné em sua orelha voou e pairou defronte seus olhos lhe indagando! Quem és tu menina linda? Então ela respondeu: Sou a princesa Sabina! O pequeno pássaro repentinamente tomou rumo ignorado e logo voltou com um bilhete ao bico para a linda jovem princesa que se derreteu em simpatia com tão gracioso pássaro. O bilhete exalava o cheiro gostoso do favo da melífera jandaíra e nele estava escrito: Sou o príncipe Anibas que mora na casa que se levantardes os olhos para a colina defronte a vossa janela me verás agora. A princesa não vacilou e com um olhar de águia avistou um belo e fogoso rapaz que também vivia na sua janela a observá-la. O príncipe Anibas era de outro país, porém os dois castelos situavam-se num ponto lindeiro. Havia rusgas de sua família para com a dela, por isso se via impossibilitado de manter o contato direto, daí resolveu domar beija-flores, um pássaro que por excelência sabia extrair o néctar das flores e talvez na aproximação de tais aves pudesse aprender extrair o amor contido no coração daquela moça que até então, à distância o fazia desconhecer que era portadora de extrema beldade. Por vários dias o beija-flor fez inúmeras viagens para troca de bilhetes, até que marcaram um encontro debaixo de um pé de jurema. Dessa data em diante ficaram enamorados, e a contra gosto da mãe da princesa Sabina, conseguiram se casar. Sua sogra Jugumela a princípio era uma cascavel das mais peçonhentas, mas com o passar dos anos cedeu ao amor de Sabina e Anibas, principalmente depois de saber que seus nomes eram anagramáticos, pois tudo levava a crer que um nasceu para o outro. Assim as famílias terminaram as rusgas, reis e rainhas viveram felizes para sempre com filhos e netos.


FAZENDA TUCUNZAL - CHICO COSTA


FAZENDA TUCUNZAL
CHICO COSTA

Era janeiro e por ocasião do inverno moscas chamadas de meruanha atacavam o gado em todos os sítios localizados no topo da serra da Ibiapaba, motivo esse aliado ao frio serrano faziam Chico Tomaz e Alcides seu filho partirem em retirada com o gado e suas famílias para a fazenda Tucunzal, que ficava a poucos quilômetros de distância do sopé da mesma serra do lado piaiense. As margens da BR 222 que liga os Estados do Ceará e Piauí eles construíram suas casas, sendo uma de cada lado da rodovia. A fazenda era muito bonita, possuía um vasto páteo gramado com algumas árvores de sombra que servia de guarida para o gado nos dias de chuva ou sol intenso. Lá ao pé de um pequeno serrote corria uma grota que nascia de um olho d’água. Em jumento com cangalha e canecos lhes eram fornecida a água potável que embora turva, não causava doença nenhuma aos seus familiares. Em tempos de estiagem o bioma da caatinga favorecia com a cabeça da macambira (bromelia laciniosa) uma alimentação rica em amido para o gado e demais criações. O fervor religioso do nordestino fez com que Chico Tomaz e Alcides erguessem uma pequena igreja para aos pés do altar de São Francisco das Chagas fossem feitos os agradecimentos, de à cada ano eles terem os corações cheios de esperanças para com a proteção divina haver bom inverno, para ali passarem uma bela temporada de inverno. O tempo passou e ambos morreram, houve a partilha das terras e os herdeiros que lá ficaram não conseguiram manter a ordem e conservação. Um lote de terra foi vendido para uma pessoa evangélica que fez da igreja o curral dos seus bodes e as casas deixara em ruínas. Outros tempos chegaram e Assis Tomaz, filho de Alcides e neto de Chico Tomaz que se orgulhava de tal linhagem readquiriu parte da fazenda e depois de muitas diligências alcançou êxito em reaver a imagem de São Francisco de volta a fazenda Tucunzal. Uma casa com energia elétrica foi construída e uma nova igreja foi erguida, obras que culminaram com o ponto de honra na tradição familiar. Em momentos de profunda meditação, ele acreditava estarem seus antepassados presentes as missas que ali eram realizadas. Seu rebanho de bodes se igualava aos de carneiros que eram criados em seu sitio no lugar chamado Taboca. O poço artesiano tomou o lugar das viagens de jumentos com cangalhas e canecos ao pequeno olho d’água e a ração industrializada a das cabeças de macambira. Assis Tomaz de formação universitária era negociante empreendedor estabelecido em Fortaleza, mas não deixava de fazer seus negócios de forma matuta e inteligente. Seu primo Chinfronésio Candido de Albuquerque que morava lá para as bandas de São Paulo, quando em visita a sua fazenda ficou perplexo ao presenciar o descarregamento dos bancos da igreja, pois Assis os recebera em troca de alguns carregamentos de fezes de bode para adubar as hortas e outras plantações do marceneiro Aboim. Mais tarde quando se espreguiçava Chinfronésio numa rede do ventilado alpendre viu chegar um vaqueiro a procura de Assis, ambos conversaram e logo saiu a troca de um cavalo por oitocentos litros de cachaça. Assim satisfeitos selaram o negócio tomando uns goles e tirando o gosto com um guisado de bode.