BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


terça-feira, 11 de setembro de 2012

DESCONFIANÇA - Cida Bianchini


     

                       
DESCONFIANÇA
Cida Bianchini

Mais um passo e pára. Esconde-se atrás do tronco da arvore, para não ser visto. À frente, Ligia segue em passos largos.  De repente, entra numa relojoaria. Não tem pressa, parece ser exigente na escolha da jóia.   Abre o guarda chuva ao ganhar a rua molhada e lamacenta. Segura com firmeza a bolsa devidamente protegida ao peito e dirige-se à  avenida  de grande movimento. O cuidado de Fernando agora é redobrado. Não pode perde-la de vista. Tenta controlar a ansiedade, mas é fraco, coitado. A desconfiança esmaga-lhe o coração. Pra quem seria aquela jóia    ostentando a grife no pacote? Segredos da alma. Abatido, entrega-se  aos funerais do amor. O doentio ciúme leva-o a loucura. Não aceita  traição. Delira, enlouquece, enquanto acompanha os passos da amada sem perde-la de vista.

Dói-lhe a alma ao vê-la entrar num badalado restaurante. Acompanha atentamente seus gestos ao sentar-se à mesa e sofre as demoras do tempo de espera.  Escondido atrás do pilar, mão direita no bolso, segura o revolver nervosamente pronto para ser sacado a qualquer instante.

Quem será o infeliz, pensa endoidecido a cada homem que se aproxima. A demora é grande. Enfim alguém se dirige à  mesa. Elegante, cabelos grisalhos, bom gosto no vestir-se, tão bela quanto a filha. Abraçam-se demoradamente. Beija o pacote  que acaba de ganhar: presente de aniversário, diz Ligia com voz terna.

Ufa! Respira aliviado o jovem apaixonado, enquanto procura uma lixeira para  jogar sem medo o revolver, juntamente com sua imbecilidade. Volta pra casa despojado da dúvida que o  fez sofrer tanto.

Está feliz. Vê beleza em tudo que o cerca. Na chuva que cai sem parar, na incômoda rua apinhada de gente, no cinzento céu que parece anoitecer o dia, enquanto sua alma celebra o amanhecer ensolarado do amor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Destaque Nacional entrevista a escritora Hirtis Lazarin na Bienal

Durante o lançamento do livros infantis na Bienal, a Hirtis Lazarin foi entrevistada Destaque Nacional. 

Veja a entrevista e sinta a emoção da escritora ao falar de seus livros, e do ICAL. 

Parabéns Hirts! Parabéns a todas! 

Agradecemos a nossa amiga, escritora Hirtis Lazarin.

Agradecemos ao Destaque Nacional, e ao simpático repórter Edgar Santos pelo bom trabalho.


 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

PARABÉNS GAROTAS! - LIVROS INFANTIS DA OFICINA DE CRIAÇÃO DE TEXTOS DO ICAL

Estamos muito felizes com mais esta etapa de nosso projeto sendo realizada.
Dos contos criados em nossas Oficinas de Criação, alguns foram selecionados e foram publicados.

As escritoras, oito ao todo, estão radiantes e passam neste momento pela sensação de "debut" literário.

O primeiro lançamento foi na 22 Bienal Internacional do Livro. 
O segundo, no Clube Alto de Pinheiros

Dinah Choichit:
Os cachorrinhos.

História de três irmãos que ganham três filhotinhos.


Carmen Lucia Raso:
A saia kilt do vovô

Que conta a história da curiosidade do neto sobre a indumentária típica do avô.


Que bom ser criança ainda

Uma releitura proposta em sala de aula, sobre a história de Peter Pan e o Menino Lobo.


Dinah Ribeiro Amorim:
Ensinar com carinho

Narra a história da professora que dava suas aulas em forma de rima, o que encantava as crianças.




Ana Maria Maruggi:
O Vento
História na terceira pessoa que narra, para as crianças, algumas propriedade do vento, e o que ele provoca em seu percurso.


Abracadabra
Historia de Lina que brinca de fazer encantamentos.


Hirts Lazarin:
A formiguinha que pensava
História da formiguinha diferente


Pintar ou Pintando o sete?
Poesia destacando as travessuras dos lápis coloridos.


Eliana Dau Pelloni:
O dia em que a música desapareceu do planeta.
História do desaparecimento da música e o que isso provoca nas pessoas.


Suzana da Cunha Lima:
Fadas existem?
História que reforça a fantasia infantil na crença da existência de fadas. 


Cida Bianchini:
Estiagem


Conto infantil regionalista de teor religioso que mostra a realidade sertaneja diante da seca e da crença.


Sonho colorido
História da avó que conta história para o neto. 


Abaixo temos um registro na Bienal Internacional do Livro 2012:



Nova alunas na Oficina. Oba!

Esta semana três novas companheiras chegaram para dar mais brilho ao nosso convívio:


Maria Iász (em primeiro plano)

Maria Cecilia Rios Furia

Patricia Iász Miranda

Logo de cara elas aceitaram o desafio de criar. 

Foram muito felizes nos textos, demonstrando criatividade e fluência na escrita.

É um prazer tê-las conosco para tantos outros encontros culturais importantes e prazerosos.

A sala cheia de vivacidade e desejo de escrever, fez com a aula tivesse um quê especial. Todas aproveitaram. Todas saíram ganhando.




Ha três anos esta Oficina existe, e nunca repetimos nenhum tema. Até então toda aula foi inédita, de assunto nunca trabalhado antes.

Que gostoso!

Parabéns para todas as participantes!



IDENTIFICANDO SONS! - Dinah Ribeiro Amorim



IDENTIFICANDO SONS!

Dinah Ribeiro de Amorim

Ouço sons fortes! Parecem tiros! Explosões... Estão cada vez mais perto. Amedrontadores! Chegaram nossos inimigos. Começou a guerra.

Sentimentos de medo, agonia, aflição. Insegurança total! Que será de mim? De minha família? De todos? Não sei... Como iniciou esse movimento, suas consequências, também não sei.

Nosso povo não participou disso. Teremos que fugir, matar, odiar, quem? Qual foi o motivo? Desconhecemos.

O som avança rapidamente, mais forte, destruidor, provocando gritos e correrias. Pânico total. De repente, silêncio. Hora de sairmos dos esconderijos, recolher os mortos, examinar os destroços. Estamos em guerra e nem sabemos o porquê!

VAI MAIS LONGE QUEM TIVER MAIS VONTADE! - Dinah Ribeiro Amorim



COMENTÁRIO SOBRE A PROPAGANDA: VAI MAIS LONGE QUEM TIVER MAIS VONTADE!

 Dinah Ribeiro de Amorim

  Olhando uma reportagem de jornal sobre atletismo, percebo que todos vão para a mesma direção ou seja, a vitória,  o prêmio da conquista final. Nem todos chegam, sempre há um  à frente, mais esforçado, com mais treino e técnica, formando o ápice de um triângulo eqüilátero.

  Muito bem bolada essa propaganda da Petrobrás. Na vida real, fazendo ligeiras comparações, acontece também o mesmo.

  Muitos se formam médicos, dentistas, engenheiros, professores, músicos, dançarinos mas, ouvimos falar de alguns nomes, dos mais importantes, que mais se projetam, estudam, dedicam-se a coisas novas. Vão além!

  No esporte, principalmente, existem pessoas ótimas, obedecem rigorosamente seus técnicos, seus orientadores no preparo físico mas, sempre há quem mais se destaque, fique mais famoso, sem desfazermos dos outros. Seria sorte isso ou vontade e esforço de ir mais longe?

  Vemos nomes famosos destacando-se dos outros, em determinadas épocas.

  Claro que todos chegamos a um objetivo extremo e tendemos a diminuir. Atingimos o máximo de nós mesmos e regredimos após algum tempo de permanência. É humano isso! Não somos super-mulheres nem super-homens.

  Pelé, Ronaldinho, deixaram nome no futebol. Jamais serão esquecidos. Outros vieram, o público aplaudiu, adotou-os mas, não se esqueceram deles, dos seus feitos.

  Quem se lembra de madame Curie e seu marido, descobridores do rádio, primeiros a conhecerem a sua utilização. Ficaram famosos, dedicaram toda uma vida a isso. Acabaram até morrendo por causa disso.

  Dr. Barnard, médico da África do Sul, pioneiro em transplante, conhecido no mundo inteiro. Poucos falam dele hoje mas foi o primeiro. Sem falar em Dr. Zerbini, aqui no Brasil, grandes feitos.

  Dr. Antonio Prudente e sua mulher, dedicando-se inteiramente à cura do Câncer, tendo até deixado um hospital para isso, com seu nome dado a ele.

  Professores como Paulo Freire, Emília Herrero, criadores de novos métodos de alfabetização, Freud e seu seguidor Yung, que aperfeiçoou a teoria freudiana e introduziu a universalidade do inconsciente. O Id captaria o inconsciente universal, isto é, não só seus pensamentos individuais mas o que poderia acontecer coletivamente: o inconsciente coletivo, mais ou menos isso. Grandes descobertas que trouxeram novas contribuições à Psicanálise.

  Muito esforço em direção a seus objetivos, fizeram todos eles, sem citar os muitos que existem e existirão entre nós.

  A raça humana não é feita só de maus elementos, ambiciosos, preguiçosos, vaidosos, amantes do dinheiro fácil mas, Graças a Deus, aparecem figuras que se salientam, de vez em quando, para o bem de todos, para nosso merecimento e melhoria de vida.