BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Quando eu for me embora daqui - Jorge da Paixão



Quando eu for me embora daqui
Jorge da Paixão                           

A Natureza tem quatro estações,
desfilando com alegria....
Elas me dão inspiração,
para eu fazer mais poesia...

O rebento de uma flor,
é a proclamação da paz...
Num jardim encantador, 
que só felicidade traz...

O broto que desponta
da roseira é a rosa...
Que o jardim todo encanta...
Divina e maravilhosa...

Nas voltas que o mundo dar,
as pessoas ficam correndo...
Com os pássaros a cantar,
e um novo dia amanhecendo...

Quando eu for embora daqui,
a saudade vou levar...
Mas, com vocês a sorrir,
meu coração vou deixar...

Existe um ANJO de luz,
que é de DEUS a perfeição...
E a felicidade traduz,
com amor ao coração...


ASSIM NÃO SE CONSEGUE FAZER NADA! - Dinah Ribeiro de Amorim


ASSIM NÃO SE CONSEGUE FAZER NADA!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Juan era um rapaz chileno, estabelecido no Brasil. Um imigrante que gostava desta terra, diferente da sua, com terremotos, muitas mudanças políticas, embora cheia de belezas naturais, familiares e a famosa Cordilheira dos Andes, que se via onde estivesse, uma das mais bonitas do mundo.

  Dedicou-se à pintura, uma de suas paixões e, como não conseguisse muito sucesso nem dinheiro, montou uma oficina de motos, também antiga ambição. Sempre gostara de motos e sabia consertá-las como ninguém!

  Agradável, comunicativo, fez logo amizades no bairro, tornando-se sua oficina um ponto de encontro da moçada, com a qual se sentia muito bem. Às vezes, pequena saudade dos pais, dos amigos que deixara, dos seus costumes, batia de repente, quando se retraia um pouco e passava dias taciturno, sem conversa.

  Numa dessas ocasiões, apareceu um conhecido oferecendo-lhe um baseado, muito bom para depressão. “experimenta um pouco, amigo! Ficará mais alegre, leve, a vida se torna mais fácil!” Juan, conhecedor da realidade, homem maduro que era, desconversava um pouco, mandava-o embora, até que chegou um dia que aceitou, achando que não pegaria nenhum vício. Era “macaco velho”. Ainda mais em terra estranha!

  Coitado, foi sendo convencido aos poucos, até que o local de trabalho virou um ponto de drogas da moçada. Já nem trabalhava mais, tendo algumas alucinações, quando então se dedicava à pintura. Já não levava mais a vida com seriedade, trabalho, deveres. As contas não pagas, dono do estabelecimento cobrando, fregueses reclamando de consertos mal feitos ou inexistentes. Estava mesmo indo ao fundo do poço, quando resolveu procurar ajuda, recorrendo a um psiquiatra. Alguns meses de tratamento, remédios receitados, achou que já estava bom! Voltou a trabalhar, fazer planos de retornar ao Chile para ver seus parentes, iniciar novamente sua vida. Começou a frequentar uma igreja simpática, cristã, existente no bairro, como um reforço para se sustentar e largar definitivamente o vício. Cria muito em Deus, Jesus Cristo, seus anjos guardiães.

  Parece que os Céus compadeceram-se dele, pois, foi designado, sem que percebesse, um anjo protetor para ficar ao seu lado: Joabel, afastando-o de pontos de drogas e influências malignas. Com isso, sua vida recomeçou a ser vitoriosa novamente. Muitos clientes, consertos, algumas pinturas interessantes, convites para exposições, dinheiro entrando mais fácil, novamente. Muitos amigos, ocasiões de festas alegres e pessoas animadas. Aos poucos, achando-se muito seguro, deixou de frequentar sua igreja, recorrer a Deus, orar de vez em quando, pedir proteção e orientação sobre seus caminhos.

  A vaidade e o orgulho subiram à sua cabeça. Sentia-se seguro, cheio de si, capaz de se livrar sozinho dos perigos e tentações do mundo!

  Grande engano! Por mais que Joabel trabalhasse a seu favor, tentasse protegê-lo, não encontrava jeito de livrá-lo de influências negativas, porque Juan acreditava no bem, mas não era persistente. Ouvia conselhos bons, mas não os punha em prática. O mundo era mais forte e seu chamamento o atraía. Voltou às drogas, dessa vez mais forte, tentando equilibrar vida produtiva com bebidas, drogas, mulheres, gastando muito dinheiro acumulado e atraindo amigos iguais a ele.

  Quando se deu conta da situação, estava novamente caído, com pena de si mesmo, raiva e ódio no coração, culpando os outros, o mundo, a sua criação, mas nunca a ele mesmo! Pedira perdão a Deus anteriormente, mas não verdadeiramente, voltando a levar a vida antiga.

  Joabel desistindo de agir, falhado em sua missão, abandona-o à própria sorte, respeitando o livre arbítrio e buscando ordens superiores.

  Juan, sem forças, pobre e humilde, não sabendo direito o que fazer, de mente confusa e entorpecida pela ação das drogas pesadas, termina seus dias nos becos da cidade, já sem condição de qualquer iniciativa ou procura de ajuda. Quem sabe aparece um anjo novamente e faz um milagre neste mundo de Deus e homens desajustados.  



Se o amor falasse - Jorge da Paixão




Se o amor falasse
Jorge da Paixão

O passarinho quer liberdade...
O jardim quer alegria...
A fonte da felicidade....
Tenho certeza que é a poesia...

Maravilhoso é sentir...
O perfume de uma flor...
Vendo á aurora surgir...
Iluminada de amor...

Se a esperança andasse,
atrás dela eu andaria...
Se o amor falasse,
meu coração escutaria...

O charme da gratidão,
expressa o buquê de flor...
Oferta que o coração,
faz a vida com amor...

Sou um humilde beija-flor,
que breve vou viajar...
Mas, vou deixar um grande amor,
lá no jardim, em meu lugar...

DESCOBERTA! - Dinah Ribeiro de Amorim



DESCOBERTA!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Meus avós faleceram quando eu era jovem, dezoito anos. Deixaram um sobrado antigo, em Vila Mariana, onde passei minha infância e adolescência. Tiveram oito filhos, queridos tios e tias, ficando alguns solteiros e participantes de minha mocidade. Com a morte dos pais, resolveram deixar a casa e mudar para um apartamento.

  Meu sobrado de infância, abandonado, cheio de mato, sem a alegria e a luz de outrora, deu-me muita tristeza e saudade.

  Às vezes, costumava ficar estacionada no portão, horas e horas, pensando em entrar e relembrar meu passado.

  Um dia, pensei: “Vou entrar e ver como está por dentro”, embora fosse advertida pelas tias que poderia ser perigoso. Alguma invasão no fundo do quintal!
    Fiz isso e, logo que abri as portas, verifiquei seu estado lastimável! Muito sujo, descuidado, à espera de compradores. Percorri seus cômodos antigos e altos, de papéis rasgados e desbotados nas alegres paredes de minha memória. Lugares em que dormíamos, conversávamos, dançavam, relembrando minha família e os momentos felizes passados com ela.

  Vovô no quintal, aos domingos, mexendo na horta; vovó, corada e risonha, com suas eternas trancinhas, fazendo pastéis na cozinha, batendo no teto, de quando em quando, com sua bengala de cabo grosso, para acordar as filhas que descansavam após uma semana de trabalho. Quase todas, funcionárias públicas!
  Fui despertada de minhas recordações por um leve ruído que parecia vir do fundo do quintal. Como este era grande, cheio de plantas e com um galinheiro no fundo, atribuí o barulho a algum bicho ou galho batendo.

  Havia uma adega ou porão, junto à escrivaninha do meu avô, embaixo da grande e larga escada, na qual brincávamos de correr. A abertura dessa adega, de forma quadrada, disfarçada pelo assoalho de madeira, só era usada pelo meu avô. Nunca soubemos o que continha ou o que lá se guardava. Descia-se por uma escadinha. Muito curiosa, decidi abri-la e verificar como era ou se ainda possuía alguma coisa.
  Desci os degraus já estragados pelo tempo, deparando com uma grande escuridão, pois não havia janelas. Procurei não me afastar muito da entrada, mas o ambiente era pequeno, vazio, com incrível cheiro de mofo e poeira. Algumas teias de aranhas coçavam meu rosto e tentei afastá-las para enxergar melhor. Realmente, haviam levado tudo e, ia voltar quando percebi uma caixa branca, ao lado da escadinha, encostada nela! Que será que haveria, pensei. Talvez enfeites de Natal, pois meu avô gostava de enfeitar ele mesmo a casa, nessas épocas! 

  Apanhei-a, coloquei debaixo do braço e retornei para um lugar mais claro. Abri-a com curiosidade! Estava cheia de fotos velhas, de meus avós jovens, tios pequenos, membros da família já falecidos, chamando minha atenção uma foto de minha bisavó, dama elegante, atraente, grávida, orando fervorosamente para uma tela do anjo Rafael. Em estado de contemplação e súplica! Achei-a muito interessante e, perto da foto, guardado carinhosamente, embrulhado em papel de seda amarelado e encardido, uma figurinha de vidro, do anjo Rafael, presa por um elástico. Muito emocionada, fechei a caixa pensando em levá-la às tias que restavam, devolvê-la à família, descobrindo agora o porquê do nome de meu avô: Rafael, dando início a uma série desse nome, continuando em netos e bisnetos.


  Na saída, assustei-me e quase derrubei tudo no chão. O portão estava escancarado e alguém mexia no meu carro: um garoto de mais ou menos quinze anos, com camiseta vermelha e boné escuro, forçava a fechadura. Dei um grito bem alto clamando por Socorro! Invoquei também o anjo Rafael, protetor de meu avô e sua mãe. Imediatamente, o rapaz, assustado, saiu correndo, pensando talvez que houvesse mais gente comigo. Novamente, nosso anjo protetor entrando em ação!


SINOMANÍACA - Eliana Dau Pellloni


SINOMANÍACA
Eliana Dau Pellloni

Sinos atraem boa sorte.

Os sons dos sinos sempre me encantavam. Sinto que espantam forças negativas atraem bons fluidos limpam o astral.

Imagino em tudo que escrevo o badalar dos sinos para os seres despertarem em verdade universais e forças magicas e abençoadas.

Não sei por que me fascinam tanto pequenos, médios grandes para mim os sinos tem uma força poderosa  sinos das catedrais, para servir a mesa, sinos com mistério . Você pode iniciar uma festa com m sino e encerrar uma peça de teatro com um sino é criatividade, é leveza, alegria.

Sinos nas escolas  do tempo da outrora , em canções religiosas purificadoras, que nos contam historias e dão margem a tantas ideias.

Todos sentem alguma coisa ao badalar do sino, na entrada da minha casa há um sino badalando ao vento sou uma sinomaníaca.

Os sinos as vezes funcionavam para mim como um incenso que sobe ao divino em espiral, sinto a presença de Deus e de seres angelicais em uma alegria benfazeja.
Que todos possam ter um sino que toque lindas melodias feitas sobre a natureza que de dia escute-se o brilho do sol e de noite das estrelas comandando a Harmonia Cósmica sobrenatural.


Que os sinos toquem na magia cristalina de acontecimentos surreais a pedir paz entre os humanos musicalizando transformações necessárias à Humanidade, que o som dos sinos todos possam acordar.

ANJO SOCORRISTA - Maria Luiza C.Malina


ANJO SOCORRISTA
Maria Luiza C.Malina

Há muito que Dolores acostumara-se com os falsos sintomas das dores de parto. Dois meses antes da suposta data, Dolores e o marido aproveitam o feriado prolongado, para descansar em um sítio ao pé das serras de Araxá. Ar puro, água boa, alimentação saudável, longe do stress da capital.

Na pousada familiar, os bons fluídos eram sentidos à flor da pele, levando-os a um relaxamento sem qualquer preocupação.

Dolores insiste em querer percorrer o vale à beira do riacho.  Meia hora de caminhada, Dolores curva-se. Grita avisando que a criança está nascendo. Não há ninguém por perto para pedir ajuda. A dilatação fora tão rápida que a criança já estava com meia cabeça para fora. Raul, inexperiente, intercede o perdão a Deus para que sejam salvos. De forma divina surge a sua frente duas jovens senhoras trajando roupas claras, portando uma cesta de flores com uma faca e tesoura.

Sorriem e ajudam a Dolores no parto. Banham o recém-nascido nas águas do riacho, perguntando qual o nome escolhido.

O pai responde, - Escolhemos João Batista.

As senhoras sorriem. Depositam o bebe carinhosamente ao colo da mãe afirmando, - “Ele é filho de um anjo do senhor, o nome escolhido e, o nascimento à beira do riacho confirma. Deus seja louvado”!

Agradecidos os três retornam à pousada. Ao chegarem relatam o acontecido. Surpresos os proprietários afirmam que, não há ninguém por aquela região com tais características.

Ao pegarem a criança ao colo, observam a higienização feita e um manto de brilho especial envolto no bebe, com as iniciais de João Batista gravado. Os pais se surpreendem.  Da forma como tudo aconteceu naquele lugar, acreditam ser a ação de Anjos Socorristas

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MUDANÇA DE COMPORTAMENTO - Dinah Ribeiro de Amorim


MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Dinah Ribeiro de Amorim

  Fui designado para aquela rua, uma igreja antiga, quase inexistente, com poucos fiéis. Pastor iniciante em preparação para novos ministérios.

  Aos poucos, promovi reuniões e cultos, fazendo um reconhecimento ligeiro dos habitantes da região e frequentadores da igreja.

  Algumas senhoras dedicadas ainda movimentavam o trabalho ministerial e conseguiam alguns frutos: novos adeptos, pessoas sofridas em busca de ajuda, visitas a alguns hospitais e residências.

  Com isso, conheci pessoas boas, sensíveis, com vontade de servir ao próximo, mas também pessoas más, debochadas, angustiadas e deprimidas, cheia de vícios e pecados, necessitando de auxílio e negando-se a isso.

  Chamou-me a atenção um senhor idoso, conhecido como Paulino, quase nosso vizinho, dando voltas diárias pela manhã. Muito carrancudo, cabisbaixo, sem cumprimentar ninguém, não respondendo quando era abordado, de mal com o mundo!

  Interessei-me por ele, sem saber bem por que, talvez alguma intuição ou vontade divina.  Coloquei-o em minhas preces e deixei-o nas mãos de Deus.

  Qual não foi minha surpresa quando, após algumas semanas, meses talvez, numa manhã, procurou-me querendo conversar. Atendi-o prontamente e escutei a sua história!

  Sempre fora um homem bom, honesto, trabalhador. Casara-se muito jovem com a mulher que achava ser dos seus sonhos, percebendo logo seu grande engano. Gênio terrível, reclamava de tudo, criticava-o em seus atos, nada a contentava ou satisfazia. Era fervorosa, frequentadora de igrejas, não colocando em prática o que ouvia! Não percebia seus erros, julgando-se sempre certa! Com o tempo, cansou-se dela, dormindo num quartinho dos fundos da casa, úmido e embolorado, sentindo-se feliz assim mesmo, pois lá, no seu canto, sentia paz!

  Acabou pegando uma arritmia cardíaca que o atormentava até dormindo e, de vez em quando, passava uns tempos internado no hospital local!

  Por incrível que pareça, adorava aquele ambiente, quando era bem tratado por pessoas delicadas e atraentes, não desejando ir embora.

  Numa dessas internações, começou a desejar que sua esposa, Dulce, morresse. Chocado consigo mesmo, pois, sempre teve bom coração, afastava esse pensamento, mas o inimigo de nossas almas, sempre à espreita de alguém, pois seu intuito é: matar, roubar ou destruir, fazia com que esse pensamento sempre voltasse!

  Paulino começou a invocar um anjo do mal, na realidade, um demônio, anjo caído e que faz o mal não é mais anjo. Apareceu-lhe um companheiro de quarto que mexia com obras malignas e era fazedor desses tipos de trabalhos. Pediu-lhe para fazer uma reza que causasse a morte de sua mulher! Não sentiu  remorso, tal era o rancor e a mágoa acumulados, que sentia de Dulce,  através dos anos!

  O mal também tem muita força nesse mundo, quando não nos apegamos ao bem! Paulino, chegando em casa, encontrou sua mulher caída,  vítima de um repentino ataque cardíaco,  sem socorro e atendimento. Morreu só!

  Sentiu um alívio enorme! Tomando as providências para enterrá-la com um leve sorriso nos lábios e uma conformação que espantou a todos os vizinhos e amigos. Mal sabiam o que ele sentia!
  Passados alguns meses, começou a não dormir direito, ter frequentes ataques de fúria, pesadelos incríveis com pessoas más querendo atingi-lo, feri-lo, ou usá-lo para seus serviços. Sua vida virou um inferno! A paz que tanto almejara, transformou-se em sentimentos de medo, remorso, angústia, depressão. Chegava a pensar em suicídio muitas vezes e pedia agora a Deus ou a seus anjos que o levasse também, como a Dulce.

  Estava explicado o seu comportamento estranho, pensei eu, conhecedor de tantos casos semelhantes a esse e já acreditando em sua transformação. Expliquei-lhe que, para limpar ou curar feridas, mágoas de corações, ações diabólicas feitas, só havia um caminho: arrependimento, pedido de perdão e mudança de atitude e caminho: Jesus Cristo! O único que perdoa o nosso passado, esquece o que fizemos e nos dá uma nova vida!

   Peguei uma Bíblia e mostrei-lhe várias passagens do apóstolo Paulo, narrando sua vida e transformação com sua fé em Cristo.

   Paulino, com lágrimas nos olhos, ajoelhou-se e pediu perdão a Deus pelos seus erros, desejando aumentar sua fé e mudar ardentemente seu coração, iniciando um processo de cura e libertação.

  Continuei lendo para ele: “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado por Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade!” (Ef 4: 22 a 24).

  Vi sair da igreja um homem diferente, alquebrado de dor e remorso, mas com  certa luz no olhar de esperança e renovação.


  O tempo também cura, bendito tempo criado por Deus! Paulino transformou-se em novo homem, auxiliando-me em  atendimentos de outros processos de  cura e libertação que haviam na região.

O anjo brincalhão - Noêmia Iasz


O anjo brincalhão
Noêmia Iasz

Susi era o seu nome, o seu anjo Rafael, um anjo fiel, cumpridor do seu trabalho, guarda 24 horas por dia uma jovem que morava em seu apartamento, 21 ºandar.

 Não descuidava um minuto sequer da jovem. Subia e descia pelo elevador, saía para a rua, entrava. Mas, o que ele mais gostava de fazer, era acompanha-la em parques de diversão, circos, praças onde  suas exuberantes asas abriam e fechavam no momento exato de protegê-la.

Sempre que abria suas asas não deixava de sussurrar: "vamos mocinha, venha vamos correr, brincar aproveitar pois o dia esta bem propicio para isso".

Neste vai e vem, a cada dia aumentavam as brincadeiras com Susi, ela nem percebia o porque que se sentia tão leve e solta.

Era só alegria, sorrisos! Soltava gargalhadas ao sentir o vento daquelas asas poderosas sobre si.

O que mais incomodava Rafael era acompanhá-la com o seu namorado, quando os dois juntinhos se acariciavam. Isto o incomodava muito, pois como era brincalhão, não se contentava em ficar somente protegendo quieto e vendo o dia passar sem nada poder fazer.

Os dias foram passando, passando, até que um belo dia, Susi já não era mais a mesma moça. Acabaram-se seus sonhos de correr, brincar, pois agora estava comprometido e não era só a Susi, e sim já tinha encontrado outro anjo, que não sabia o que era brincar, pois tinham se decidido a levar sua vida a sério.

E foi assim que Rafael, aos poucos  foi deixando de brincar, mas não deixou de segui-la sempre, ajudando em todas as vezes que estivesse em apuros, não descartava muitas vezes de voltar e ser o lindo e querido anjo brincalhão de outrora.


Soltando a nossa imaginação e nossa criatividade dá para imaginar como era boa a convivência deste anjo de proteção na vida da Susi. Dá a impressão de que já  ao acordar se via cercada de luz que vinha do céu juntamente com esse anjo protetor, amigo e muito brincalhão.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

A moreninha sapeca - Jorge da Paixão


A moreninha sapeca
Jorge da Paixão

Uma moreninha sapeca, com o nome de Stela, todo fim de semana frequentava o Jardim Zoológico e ficava entre os animais selvagens, muito feliz lhes dando alimento na boquinha com ternura e carinho.

Por tão atitude saudável o tratador Valmiro se apaixonou por ela e declarou seu amor. Ele ficou muito feliz e todo dia agora estava lá no Zoológico, visitava o aviário para ouvir muito feliz o belo cantar mavioso dos pássaros. Certo dia ao visitar as zebras ela ficou curiosa, querendo saber se a zebra é branca listada de preto ou preta listada de branco. Ela muito preocupada com esse problema não conseguiu dormir a noite. Quando o dia amanheceu ela se lembrou da sua amiga Dr. Lucy, médica veterinária e ligou para ela perguntando, ela então prontamente lhe explicou: A zebra fêmea é branca listada de preto e a zebra macho é preta listada de branco!


Moral da história: Ela e o tratador Valmiro se casaram e agora estão vivendo lá no Zoológico...

O BOM PATRÃO - Maria Luiza C.Malina


O BOM PATRÃO
Maria Luiza C.Malina

As escavações de aprofundavam a cada dia, sob os olhares atentos de Oscar. Os mineiros, assíduos funcionários, vibravam com as esteiras recheadas de pedras.

Os olhos de Oscar deparam-se, à distância, com o brilho intenso de uma pedra cristalina que ofusca a visão. A cegueira lhe toma por uns instantes.

Ouve murmúrios indecifráveis. Ao tentar entendê-los, aparece-lhe um anjo, que o toma pelas mãos. Mostra-lhe como a um filme, a catástrofe que está por chegar. Aponta-lhe a pedra na esteira, sugerindo que isto lhe bastaria e, aos funcionários, pelo resto de suas vidas.

Sentando, com as mãos entre a cabeça, o torpor e a cegueira, aos poucos se esvai. Os mineiros, à sua volta, o chamam preocupados.

Oscar os observa com a alma enternecida, abraçando os mais próximos. Ordena que, rapidamente, depositem o material coletado nos veículos apropriados e que se retiram, o mais rápido possível, das proximidades.

Oscar ofegante transpira intensamente, não se afasta do local. Cronometra um tempo incerto do aviso, em forma de intuição. Ao término, reúne a equipe e lhes avisa que, a féria do dia fora muito boa, recompensa-os com a folga do restante da semana e pagamentos antecipados.

Alegres afastam-se. Uma grande explosão foi ouvida. O silêncio atônito paira no ar. Oscar cai de joelhos. Agradece aos desatentos murmúrios que lhe acompanhavam e não entendia.

A mina desativada é inundada. As pedras, em seu interior, refletem as asas de um anjo. Recebe o nome de GRUTA DO ANJO.



Se o amor falasse - Jorge da Paixão



Se o amor falasse
Jorge da Paixão

O passarinho quer liberdade...
O jardim quer alegria...
A fonte da felicidade....
Tenho certeza que é a poesia...

Maravilhoso é sentir...
O perfume de uma flor...
Vendo á aurora surgir...
Iluminada de amor...

Se a esperança andasse,
atrás dela eu andaria...
Se o amor falasse,
meu coração escutaria...

O charme da gratidão,
expressa o buquê de flor...
Oferta que o coração,
faz a vida com amor...

Sou um humilde beija-flor,
que breve vou viajar...
Mas, vou deixar um grande amor,

lá no jardim, em meu lugar...

DAMABIAH - Maria Luiza C.Malina



DAMABIAH
Maria Luiza C.Malina

Luiz falecera em torno de uns 10 anos. Estava preparado, espiritualmente, para uma breve visita a sua família, acompanhado por sete guardiões que o protegerão na travessia das densas camadas.

É dia de Páscoa. O ambiente alegre, que a viúva proporciona aos oito filhos, é impregnado da harmonia da beleza das almas.

Melissa, a filha mais nova toca e canta ao piano deliciosas canções, acompanhada pelos irmãos. Damabiah, um dos sete anjos, une-se ao grupo observando as fotos que estão sobre o piano. Uma lhe chama a atenção. Um veleiro. Melissa é a velejadora. Ele Damabiah, o protetor das navegações, apaixona-se de imediato por ela, começa a vivenciar este momento dos humanos. Descuida-se dos seus compromissos. Estar entre os jovens é o lhe importa.

O que deveria ser uma rápida visita, a ordem de retornar, torna-se um caos entre os seis anjos que não o encontram, uma vez que havia retirado sua auréola.
Sem a luz não conseguem encontrá-lo.

Percebem a mudança de atitude da bela moça que, Interrompera a canção e caíra em suspiros profundos, com lágrimas que lhe escorrem pela face, sem estar chorando. Logo entendem o porquê, é Damabiah o causador do tumulto, que não queria retornar por ter se identificado com a alegre vida do grupo.

Ouve se um ruído. O porta-retratos cai no chão com a face virada para baixo.


Rapidamente, os seis anjos juntam-se em forma de ciranda, auxiliando Damabiah que se encontra desfalecido. Envolto pela união da força das auras rumam, na companhia de Luiz, para o etéreo.

SOCORRO NA HORA DA ANGÚSTIA! - Dinah Ribeiro de Amorim




SOCORRO NA HORA DA ANGÚSTIA!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Bernardo, jovem fotógrafo brasileiro, vai para Nova YorK em busca de notoriedade.

  Curioso, soube que no interior do estado, em Hempton, estava previsto um grande tufão. Os habitantes da cidade já estavam abandonando suas casas e fechando tudo.

  O rapaz achou que se conseguisse filmar essa tragédia, seria a sua grande matéria, a sua glória profissional.

  À medida que o carro se aproximava, ia percebendo a escuridão e uma imensa nuvem cinzenta se avolumando e chegando à região. Enquanto todos fugiam, ele ia ao encontro.

  Estacionou seu carro e começou a filmagem, achando que daria tempo.

  Sua esperança não deu certo! Quando percebeu, estava sendo arrastado por um furacão e redemoinho muito forte, levando carro, máquina, mal dando para correr e fugir como todos! Não conseguiu e sentiu um medo terrível!

  De repente, lembrou-se da mãe que ficara no Brasil e sua fé no arcanjo São Miguel! Tinha dedicado seu filho a ele!

  Pediu ao arcanjo que o ajudasse nessa hora!

  Sentiu-se elevado aos ares, suavemente, transportado acima dos ventos e colocado em terra firme, longe do barulho, como se tivesse andado de avião! Voado!

  Lugar protegido e calmo.

  Chorando de emoção, orou a Deus e agradeceu seu arcanjo pela proteção recebida. Verdadeiro milagre!

  Voltou de carona a Nova York, resolvendo fazer uma grande reportagem sobre o assunto.

  Realmente, ganhou notoriedade junto aos crentes em anjos, atraindo entrevistas em jornais, revistas e até televisão.

  Mas, o mais importante, ligou primeiro para sua mãe, agradecendo tudo que lhe devia: a proteção do arcanjo são Miguel!


ALZIRA e o ANJO DO PERDÃO - Maria Luiza C.Malina



ALZIRA e o ANJO DO PERDÃO
Maria Luiza C.Malina

Padre João. Extremamente carismático, como padre e pessoa, não apenas na realização dos sagrados ofícios. Irradia sua luz, abrindo o caminho de quem o procura. Estes tipos de depoimentos eram atribuídos a ele como sendo milagres. No entanto, para ele, eram fatos corriqueiros.

Sem mais, Pe. João que goza de excelente saúde em seus belos 38 anos, não acorda numa manhã. Está morto! A comunidade fica em polvorosa. Ninguém imaginaria tal coisa. Mas foi.

Entre todas as dores e lamúrias, lá estava Alzira, a rica filha de fazendeiros, que doara uma casa à paróquia, após a reforma da igreja. Seu casamento seria no dia seguinte. Quando o Pe. João brincava que não realizaria seu casamento, ela retrucava dizendo que, caso contrário, não se casaria.

Devido a profunda tristeza pelo desenlace de um jovem padre, o casamento fora adiado para uma data indefinida. Rumores correm pela redondeza. Alzira afasta-se da cidade, do noivo, ou de quem quer que fosse. Sumiu.

O fato real nunca viera à tona. No entanto, só ela sabia que os anjos do perdão, através da morte repentina do padre, o pouparam da trama por ela imposta.


Passados cinco anos, Alzira retorna. Casada com australiano desfila pela cidade com o pequeno de cinco anos chamado João.


A NOBREZA DESCE À “POBREZA”! - Dinah Ribeiro de Amorim



A NOBREZA DESCE À “POBREZA”!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Karina era a “condessinha” italiana, filha única de nobres, antigos donos de uma vila ao sul da Sardenha.

  Com a morte dos pais num acidente aéreo, é criada pelo avô, que a mima o tempo todo!

  A falta de energia em sua educação transformou-a em moça voluntariosa, aventureira, afastando tudo que a contrariasse.

  Mesmo assim, era dona de rara beleza, cabelos crespos e avermelhados, pele aveludada com ligeiras sardas, olhos castanhos e amendoados, não havendo quem a rejeitasse.

  Namoradeira, possuía vários admiradores aonde quer que fosse.

  Muito invejada pelas moças da região, não possuía muitas amigas, pois todos os bons partidos morriam de amores por ela! Isso a aborrecia um pouco, deixando-a sozinha e triste.

  Rica, herdeira de grande fortuna viajava muito, era independente, não havendo quem a segurasse quando cismava com alguma coisa!

  Certos finais de semana sumia de casa, não avisando aonde nem com quem ia, deixando o avô e sua tia Sofia, irmã mais velha de sua mãe, bastante preocupados. “Onde estaria essa neta desmiolada” - pensava o avô.

  Ao conselho da tia, cansada de orar por Karina, o avô resolve contratar um chofer particular, recomendado pelo pároco da igreja, rapaz muito educado e discreto, Hélio, para que a levasse a qualquer lugar. Ficariam sabendo onde ela estaria.

  Hélio, preocupado em cumprir bem sua tarefa, faz ao avô verdadeiro relatório das atividades da moça, encantando a pequena família, mas desgostando Karina que o vê como intruso e cerceador de sua liberdade.

  Como ele insistisse em suas obrigações, Karina resolve mudar de tática, tentando conquistá-lo. Mais um encantado aos seus pés! Jogou todo o seu charme sobre o chofer e, como ele não reagisse, transformou em verdadeira guerra de sedução: namorando outros homens na sua frente, dentro do carro, para que manifestasse alguma reação.

  Não deu certo! Hélio era um anjo protetor – somente o vigário o reconheceu. Ele era um anjo  muito sério e, olhava-a até com certo desprezo.

  A moça fica curiosa e começa a achá-lo um homem diferente dos que conhecera até então. Inicia uma amizade, um companheirismo, preferindo-o a qualquer outro. Sua conversa era inteligente, sabia muito sobre a vida e pessoas, viajando também para vários lugares, só que sem dinheiro, o que lhe dera mais experiência.

  Aos poucos, Karina apaixona-se perdidamente por ele, seu chofer, ouvindo amigos falarem que deveria ser mais uma de suas loucuras!

  Foi sério mesmo e Hélio, um anjo, não sabe como corresponder. Comunica-se com seus superiores, arcanjos, para saber que atitude tomar! Estes, levam ao Senhor o problema, pois o anjo, também estava querendo tornar-se humano e casar-se com a jovem. Depois de muitas reuniões e previsões futuras, Hélio recebe permissão de Deus para tornar-se humano, de corpo e alma, com a incumbência de transformar-se em bom marido e pai de crianças fervorosas, futuros anjinhos na Terra.

  E assim, impondo mais uma vez sua vontade ao avô, uma “condessa” casar-se com seu chofer, a nobreza desce à “pobreza”, realizando-se o casamento entre Karina e Hélio, misturando ricos e pobres, provando que o verdadeiro amor sempre prevalece!


  Acho que foram felizes para sempre!