O
PINHEIRO INFELIZ
(Releitura
de Conto)
Maria
Luiza de Camargo Malina
Conta-se,
que após a criação do mundo Deus havia se esquecido do pinheiro – começou e não
terminou... Assim, o pinheiro pensava.
Certo
dia o pinheiro cansado de ouvir seu próprio som de lamento, queixou-se com o
Deus, dizendo:
-
Como assim! Vou ficar com estas folhas
duras e arrepiadas que espetam as pessoas e que, quando o vento chega para balançar
os meus galhos, eles se mexem sem parar com um barulho esquisito!
Deus
foi ouvindo, e o pinheiro resmungando:
-
O vento se transforma em dedos duros e as folhas nas cordas de uma harpa, só
que ninguém gosta da música, parece que estou chorando. Todas as outras árvores
me olham em silêncio.
Deus
para consolá-lo explicou-lhe:
-
Você já percebeu que, quando chega o inverno, as árvores perdem as folhas e
quando a neve cai, só você fica verde!
-
Não! Não percebi, porque elas ficam muito quietas, devem dormir no frio embaixo
da coberta da neve, e eu fico quieto segurando a neve.
Deus
riu e lhe disse:
-
Está bem! Vou fazer uma coisa que você vai gostar. Só você continuará a ter as
folhas verdes nas nevascas do inverno e, uma vez por ano terá o brilho das
luzes e do ouro nas pontas dos galhos.
Orgulhoso,
o pinheiro tornou-se a árvore símbolo do Natal, da imortalidade e da vida.
Aprendeu
a gostar do seu som e da ajuda do vento ao derrubar as pinhas, que servem para
aquecer as lareiras e se diverte com o alarido das crianças colhendo-as no
chão, para serem transformadas em enfeites de Natal. Vive o ano todo de mão em
mão, e de casa em casa.
Assim,
passou a ser um “PINHEIRO FELIZ’.
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