(imagem vinda do site: http://historiasocialpesquisa.blogspot.com.br/2011/03/historia-samba-confete-e-serpentina.html)
UM GRANDE AMOR DE
CARNAVAL
Carmen Lucia Raso
Como toda garota de 14 anos, repleta de vitalidade, energia e hormônios
à flor da pele não poderia ser diferente.
Santos, praia do Embaré, os violões tocavam nossos sonhos e paixões
escondidas, sentados aos bancos e jardineiras dos nossos prédios como fazíamos desde
crianças.
As férias eram esperadas durante o ano todo e naquele Carnaval, em
especial, já levava jeito de menina-moça atraindo olhares e fiu-fius.
Tinha crescido, feito dieta e ginástica pra poder curtir aquele verão.
Ele estava lá, tocando seu violão como ninguém. Era Carnaval e durante
nossa roda de samba combinamos de à noite, na Avenida Principal assistirmos ao
desfile das escolas de Samba.
Não via a hora de encontrar nossa turma, principalmente o Tony.
Éramos mais ou menos uns dez, entre meninos e meninas.
Me arrumei, passei perfume e me maquiei como se fosse eu a Porta
Bandeira, como se eu carregasse toda a alegria do samba em meu coração.
Às oito em ponto nos encontramos na porta de nosso prédio e lá fomos pra
Avenida.
Aos poucos alguns pares foram se formando e quando percebi ele estava ao
meu lado segurando minha mão, tão forte quanto o pulsar do meu coração.
Com meu olhar aprovei o gesto e me deixei levar naqueles mãos fortes pra
me segurar e tão ágeis e delicadas com as cordas do violão.
Com um misto de alegria e encantamento vislumbrei as cores e o ritmo das
escolas e ao intervalo de uma e outra paramos para um sorvete e em certo
momento nos vimos nos braços e nos lábios um do outro num delicioso e único
beijo que marcou pra sempre qualquer Carnaval.
Depois deste, nunca mais nos vimos, soube que fora convidado a tocar nos
EUA realizando seu sonho e eu no próximo ano já estava namorando outra pessoa.
Até hoje, quando assisto o Carnaval me lembro com carinho e saudades
daquele “Amor de Carnaval”.
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