A
menina que gostava de números
Jany Patricio
Naquela manhã o sol
brilhava majestoso.
Gotículas tocavam as
flores aveludadas. Minúsculos prismas que espargiam a luz solar, transformando
a atmosfera num festival multicor.
Filetes d'água surgiam das
rochas banhando a relva.
Os pés delicados de Aline
calçaram os chinelos e caminharam até a janela, enquanto suas mãos alvas
esfregavam os olhos.
Bocejou e sorriu para o
seu amigo que surgia das montanhas.
O cheiro de café e pão
assando no forno invadia os cômodos da singela moradia.
Hora de levantar e ir para
a escola para aprender matemática.
Ela adorava os números,
seus companheiros.
Fazia desenhos com eles.
Colocava um em cima do outro e depois os inclinava, para a direita, para a
esquerda, fazendo gangorra.
Ela os via em tudo, nas
flores, folhas, nos pássaros que contava,
nas gotas de chuva. Ela contava estrelas também, quando a noite era de céu limpo!
Um dia, quando atravessava
a ponte sobre o riacho, no caminho para a escola, levou um susto!
Ouviu um barulho de asas
atrás de si, virou-se, mas nada viu.
Franziu a sobrancelha, deu
de ombros e continuou andando.
De repente! Vum! Um vento nos seus cabelos!
Eram em número de três. As
fadinhas brincalhonas que a acompanhavam até passar a ponte, enquanto contavam
segredos sobre a matemática divina.
- Aline, acorde! Venha
tomar café!
A menina sorriu para o
astro rei, foi para a cozinha, beijou sua mãe e disse:
- Hoje eu vou aprender
geometria!
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