A
noite tempestiva num castelo velho
Patricia Iasz
A noite estava escura além do abtual. A gigante nuvem espessa
cobria, sem visivel limite, toda extenção do céu. Trovoadas fortes e clarões de relâmpagos eram ouvidos e vistos numa constância. A rua estreita, beirando os abismos do trajeto até o topo da montanha,
tornava o carro cada vez mais instável. No vidro, mesmo ao movimento rápido do para-brisa, a
tempestiva chuva embaralhava a vista na menor das distâncias. Porém, por um
instante foi possível notar aquele castelo antigo e abandonado no meio do
percurso. Ali mesmo, e sem demoras, resolveram parar até que o mal tempo desse
sinal de melhora.
Os jovens estavam tensos. Inseguros frente ao assombroso
prédio de pedras velhas. Aquele cheiro forte de mofo, incomodando as narinas,
aumentava conforme a aproximação no casarão abandonado. Uma janela ao fundo,
batia fortemente com o assoprar dos ventos. E eles, encharcados, tremiam, ora
por frio, ora por medo.
Negs, o mais velho do grupo, parou defronte a grande porta de
madeira em arco e com uma tímida coragem, segurou firme a maçaneta em ferro
enferrujado, forçando-a para baixo. Esta gemeu um atrito que perdurou por todo
abrir da porta. No interior do castelo, uma sala grande envolta em plena
escuridão. Nela, o ouvir de asas se locomovento pelos cantos deixou-os
envolvidos de inseguranças. Um calafrio na barriga os tomaram repentinamente,
mas precisavam continuar buscando um abrigo. Dois a dois, abraçados, ligaram as
pequenas lanternas e continuaram a vasculhar os arredores. Vários móveis
estavam espalhados pelo cômodo. Todos cobertos por lençois empoeirados e
tocados por delineadas teias de aranha. Sobre elas, enormes insetos em patas
peludas brilhavam seus olhos a cada passagem de feixe de luz.
De repente, Mellany, apavorada, solta um grito. Vira um vulto
atravessar o corredor logo a frente. Todos duvidaram mas estavam resolvidos
averiguar. A cada passo, os tacos soltos faziam barulho. Ao mesmo tempo, o
grupo estava cada vez tenso. No corredor paredes com manchas escuras. No final
dele, duas saídas. Uma à direita e outra à esquerda, quase que defrontes. Em
cada uma, novas salas, móveis em lençois e teias. Em uma delas, o vento ousado derrubara
tudo pelo chão e quebrara o lustre de cristal que ainda permanecia dependurado
por um fio descapado no teto. E foi neste instante de curiosidade que todos
viram aquela sobra disforme por toda parede. Era como um monstro delineado
fitando-os sem cessar. Olhos, em luzes vermelhas, refletiam desta mancha negra.
Agora, os corpos estavam gélidos e pálidos. Os corações pulsantes, podiam ser
sentidos em cada garganta. As mãos
suando frio, se apertavam firmemente. E
os pés, em vontade de correr, permaneciam paralisados. E foi assim que, unidos,
decobriram que o grito de Mellany era um anuncio de perigo. O castelo não era
habitado. Na verdade, era uma mansão mal assombrada.
Daquele
dia em diante ninguém mais soube do paradeiro dos 4 jovens curiosos e
aventureiros que se tornaram lenda por toda região das Montanhas Tempestosas.
Atualmente cada um conta, a seu modo, o ocorrido no castelo. Mas a única
certeza é que nenhuma das testemunhas pode confirmar tais contos, pois jamais
foram vistos novamente.
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