Vento
azul
Jany Patricio
As
montanhas sinuosas formam imagens de pessoas, rostos, cabeleiras. O trem veloz,
não me deixa identificar os seres. O vento afaga meu rosto e faz emaranhar meus
cabelos e memórias.
Passam rios, pontes, plantações, porteiras, palhoças, poemas,
poeira, precipícios, passam. Piuí! Piuí!
Cerro os olhos. Vejo você correndo, tropeçando nas malas,
esbarrando nos meninos e enfim agitando com sorriso cândido o meu lenço azul.
Azul é a cor dos olhos. O céu está azul. As malas, os
meninos, o trem é azul!
Ergo a mão e escondo o olhar. Pego o lenço, você me enlaça, o
céu escurece, as estrelas descem, a lua aquece, o chão estremece e o trem
aparece.
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