"
UM ESTRANHO EM
MINHA CAMA"
Hirtis Lazarin
Aquele local era o mesmo onde Marisa
passou a lua-de-mel. Casou-se cedo com
Lívio, mas logo o deixou, quando descobriu suas falcatruas no banco onde
trabalhavam.
Agora, depois de quase cinco anos
após a separação, Marisa volta para visitar as agências do banco nessa cidade.
As lembranças eram boas daquelas
noites com Lìvio, mas ao mesmo tempo, dava "Graças" por tê-lo
denunciado. Um ladrão é o que ele era.
Sozinha, sua primeira noite foi, no
mínimo esquisita, pois um estranho entrou em seu quarto e aboletou-se em sua
cama...
Marisa acordou bruscamente como se um
meteorito tivesse caído sobre ela. Um
arrepio gelado percorreu-lhe as entranhas, enquanto um suor quente escorria-lhe
pelo corpo. Seria mais que natural um
grito de socorro, manifestação do medo, mas isso não aconteceu.
Foi
então que sentiu um corpo roçar o seu debaixo dos lençóis.
Paralisada, prendeu com esforço a
respiração ofegante, calou o bico e esperou...
Seria um louco? Um estuprador? Um assassino de mulheres?
Esse vai e vem do pensamento, por
incrível que pareça, trouxe-lhe a calma que a situação exigia
Ficou assim por um tempo, quando um
perfume masculino amadeirado penetrou-lhe as narinas e inebriou-lhe o cérebro.
Um corpo desnudo e másculo juntou-se
ao seu; braços fortes enlaçaram-na com a força de Hércules e a delicadeza de
Romeu; mãos grandes e macias acariciaram-lhe os cabelos pretos e fartos que
cobriam seus ombros; lábios carnudos e úmidos procuraram a boca de Marisa e
encontrando-a receptiva, beijou-a com o gosto e a vontade de um amante
apaixonado.
O fogo acendeu a chama do desejo. O desejo ardeu, bem ardido, querido,
descontraído.
De olhos ainda bem fechados, Marisa
desfrutou a magia, o encantamento daquela hora, sem censura nem recalques. Entregou-se de corpo e alma.
Um grito de prazer ecoou no quarto
escuro.
Pausadamente a respiração se acalma, os braços se afrouxam e a cabeça
tomba no travesseiro abandonado.
Um gosto de felicidade percorre o
corpo, o cérebro, o coração de Marisa.
Cai num sono profundo e em paz, a
mesma paz de uma criança adormecida no berço.
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