RECUPERAÇÃO!
Dinah Ribeiro de Amorim
Mara era uma moça amarga, triste, criada por uma tia velha, pois fora
abandonada pela mãe aos quatro anos de idade. O pai, não conhecera! Vivera num
orfanato aonde era muito maltratada, até que essa tia aparecera e a criara.
Eram muito pobres, morando em barracos na favela, aprendendo a se defender dos
maus tratos da vida e como ganhar uns trocados.
Trabalhara inicialmente como doméstica, em casa de família, sendo logo
expulsa por envolvimento com o filho do patrão. Para ela, qualquer tipo de
relacionamento era muito natural! Queria subir na vida, a qualquer custo.
Gostaria de encontrar um homem rico e poderoso, mudando sua posição. Não
importava como!
Meteu-se em prostituição, roubos, tráfico, conhecendo Marlon, “o Chefão”
do tráfico local, que se encanta com ela. Torna-a sua companheira de malvadezas
e sexo. Participa também do dinheiro que entra com isso, transformando uma vida
perigosa em luxo e riqueza. Veste-se como rainha, é respeitada e temida por
todos da bandidagem, tem seu próprio carro e viaja com frequência, quando tem
que sumir um pouco para não dar na vista.
Foi levando essa vida aparentemente boa, até que Marlon é pego pela
polícia e ambos são presos, ela considerada cúmplice.
Não recebe visitas na cadeia, havendo somente sua tia velha que aparece,
de vez em quando.
A maldade e a solidão, a raiva da vida que tivera sempre, aparece com
maior evidência! Enfrentar companheiras mais perigosas que ela, defender-se
dentro da própria cadeia, aprender as habilidades necessárias também como
prisioneira: viver ou morrer lá dentro, levam-na a grande amargura e vontade de
acabar com a vida, não encontrando mais saída.
Algumas detentas recebem a visita de um pastor de Igreja, querendo
pregar seu evangelho e Mara é convidada a participar.
Achando muita graça, a princípio, mais um desses crentes que não sabem o
que é a vida, começa a escutá-lo quando ouve que também foi um detento, usuário
de drogas, tendo se convertido e mudado completamente sua vida.
Tentara várias
vezes o suicídio e fora salvo por pregadores, dentro da cadeia.
Aos poucos, suas palavras vão penetrando naquele coração duro e,
lágrimas vêm aos seus olhos, quando ele começa a falar de Jesus, amor e perdão.
Começa a freqüentar os cultos que haviam dentro da prisão e a beber cada
palavra dita como se fosse a verdadeira água que seu espírito necessitava.
Sua vida e temperamento mudam totalmente. Já não pensa mais em morrer e,
a amargura, vai sendo substituída pela palavra “esperança”.
Logo sua pena é reduzida, graças a uma advogada jovem que se interessa
pelo seu caso e, não é considerada tão culpada, mais uma vítima social. É posta
em liberdade.
Procura a igreja evangélica do pastor e, ajudada, consegue um trabalho
honesto.
Sua recuperação foi lenta, cheia de altos e baixos, mas com auxílio dos
irmãos e da fé que nascia, encontrando em Cristo, conseguiu tornar-se uma nova
Mara, sendo, atualmente, uma pregadora também do evangelho de Jesus nas
penitenciárias femininas. Já conseguiu a recuperação de muitas mulheres!
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