A MOÇA DO APTO. 21
Maria
Luiza C.Malina
Ah! Esta garota me dá muito trabalho.
Ninguém serve para ela, muda de namorado como troca de roupa. Fico desanimado.
Implica com Tudo.
O pior é que quando a família pergunta
quando ela vai se casar ela responde que não sabe. Sabe apenas que aos 30 anos
ela vai ter uma filha que vai nascer na primavera e se chamará Ana Luisa.
Era
o mês de abril. Depois de uma festa, o namorado ficou enciumado com um amigo
convidado. Foi embora e escreveu uma carta terminando o namoro, dizendo que, naquele
ano o presente de Natal, seria um marido, que ela ficasse com o belo rapaz.
Não que eu tenha lido a carta, mas ela
ficava chorando pelos cantos e mostrando a carta do término de um namoro de 3
anos para os amigos, que a consolavam.
Eu já estava de cabelos em pé e ela no
final dos 28 anos, o tempo estava se acabando e ela na escolha. Os 29 anos
chegaram e ela quase decidindo. Ah! Foi por pouco. Acabou outra vez. Assim não
dá.
Bem, é melhor eu agir depressa. No
final do mês ela vai se acertar com o “belo rapaz”, basta um empurrãozinho.
Saíram,
dançaram, jantaram e... Nada acontecia.
Minha paciência acabou. Resolvi agir.
Depois
de 15 dias de lenga-lenga, ele a pede em casamento.
Sabe o que ela respondeu? “Amanhã,
vamos deixar este assunto para amanhã, é tarde”.
Só que ela não sabia o que iria
acontecer. Eu aprontei mesmo. Ou vai ou racha.
Quando
ela sai do carro do belo rapaz, leva o maior susto. Éh! Com ela é assim! Olha em frente à porta do prédio. Lá está o
“tal do ex”, plantado a sua espera. Ela não sabia o que fazer, porque afinal os
dois rapazes se conheciam. O Belo foi embora e o ex, ela o despachou “amanhã a
gente conversa, é tarde”.
Que mania! Joga tudo para amanhã!
Assim
foi.
As penas das minhas asas já estavam
amassadas de tanto corre-corre contra o tempo que voava mais rápido do que eu.
Era
novembro. O dia seguinte chegou. Ela foi trabalhar. Não falou com ninguém.
Quieta.
Vai
para casa, o telefone toca. É o “ex” que, de cara pede mil perdões, mas que ela
é a mulher da vida dele. Ela muito educada e, ele tudo entendeu.
E agora, o que ela vai responder para
o “Belo”, torço as penas e uma escapa, ela a apanha. Brinca com ela entre os
dedos. Alisando-a responde que “SIM”. (Ufa! Aleluia) e continuou:
Mas... mas, (ai..ai..ai.. lá vem ela
com um mas) que ele pensasse muito bem porque para ela casamento é para sempre.
Nossa! Voei em caracóis, mais me
parecendo a uma borboleta.
- Afinal consegui! No prazo! (*arranha
a garganta).
Em
Setembro do ano seguinte, nasceu uma linda menina, no dia da primavera e ela,
completou os seus 30 anos em Outubro, realizando sua profecia de arrepiar os
cabelos da família.
E eu, estou sossegado. Posso parar de
brincar de Anjo casamenteiro.
ÉH!
Os Anjos passam e dizem Amém. Noivaram no Natal, casaram-se e estão juntos até
hoje.
Esta foi por pouco!
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