ANJOS CAÍDOS
Maria Luiza C.Malina
Estas histórias de anjos, muitas vezes são desacreditadas,
pela própria simplicidade do acontecer. Há anjos que passam a vida inteira à
espreita, sem nada acontecer, outros ficam atordoados dos vai e vens dos
mortais.
Jamais se cansam, ficam na retaguarda, atentos.
James e Robert nascidos no mesmo hospital, frequentaram a
mesma creche do bairro em que viviam, frequentaram as mesmas escolas do bairro
em que viviam. Fazer parte de um bairro é coisa comum, nenhuma coincidência.
No entanto quando adultos, já formados, cada um com sua
família, agora sim por coincidência, reencontraram-se no mesmo prédio em que
trabalhavam, embora em diferentes empresas. A amizade aumentara.
O complexo de trabalho, onde trabalhavam era o das “Torres
Gêmeas”. No dia fatídico de Onze de Setembro, os dois sucumbiram junto aos
destroços, sem jamais terem sido identificados, como outras centenas de
pessoas.
Na semana da inauguração do espaço, junto à bela cascata que jorra
águas lacrimejantes de saudades, encontram-se os nomes das vítimas.
Por mera coincidência digo, atenção dos dois anjos amigos,
dos dois amigos anjos, lá está a placa colocada lado a lado, sem que houvesse
qualquer pedido familiar para tal fato.
James e Robert, dois anjos incorporados em humanos.
Comovente!
Ps. Embora a história seja
verdadeira, os nomes foram alterados.
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