OLHA O FEIRANTE AÍ, GENTE!
Carmen Lucia Raso
-Ovo e uva boas! Gritava o garoto da banca da feira.
-Olha o caqui, o mais barato e bonito é aqui!
Todos gostavam dele e a banca dos pais era sempre repleta de
gente comprando.
O tempo foi passando e o garoto cresceu, era maior de idade
e ficava mais astuto ao lidar com o freguês:
-Leva a banana, casal japonês!
-Lindo menino, fala pra mãe levar pepino. O seu nome é Nino?
-Melancia, quem leva fica com a pele macia e os tomates são
de bacia! Podem levar!
Todos que passavam riam, paravam e compravam só pra escutar
aquele jovem tão brincalhão e feliz. Ajudava os pais durante o dia e estudava á
noite, mal tinha tempo de se alimentar e dormir, mas era feliz.
Seu maior desejo era terminar a faculdade e ter um
estabelecimento mais lucrativo, tanto pra ele como para seus pais.
Era uma luta, a sua labuta. Havia dias que dormia sentado de
tão cansado e o tempo tinha passado. Estudava, trabalhava pra um dia ser
vitorioso, virar empresário, dono do próprio negócio e sem ócio.
Este menino venceu, conhecido e amado por muitos virou um
homem de respeito, sem orgulho no peito, não perdeu a marotice em seu jeito.
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