COLÓQUIO
Paulo Rogério Pires
de Miranda
Uma manhã como tantas
outras, porém, com uma composição mais palativa e pegajosa. A luz solar
tremeluzia sandices furtando cores da vegetação, fazia cambiagem com as gotas de orvalho que ainda sonhavam
com a madrugada bucólica.
Dois caramujos
trocavam sugestões sobre como escorregar mais vagarosamente pelas pregas do
tempo. Um pezinho de moranguinhos escarlates avermelhou-se em alegria,
devolvendo à natureza toda a beleza condensada em suas aformozeadas formas.
Quanta sisudez de dois cogumelos que
impermeáveis aos eflúvios daqueles magníficos momentos faziam-se cada vez mais
sem cor, sem gosto, sem cheiro. Bela manhã que se tem no asfalto, naquele
pequeno pedaço de chão que valentemente resiste num canteiro de um espigão
qualquer, nesta cidade que não para de se endurecer.
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