Guarda
Patricia Iaz
Era
uma tarde de sábado. O passeio no shopping com a mãe era a novidade do dia.
Tudo bem confuso ainda para seus poucos meses de idade. Ao mesmo tempo que sentia
ansiedade e insegurança em meio a tantos ruídos e agitações, presenciava
também, a convicta confiança de quem segurava-lhe as mãos e garantia o guardar do
coração. O Anjinho da Guarda estava alí, incansávelmente existente.
Bastava o choro querer despontar no ingênuo
olhar infantil e logo um aquecer lhe tomava o peito frágil. O Anjo lhe dava
coragem para permanecer serena e assim poder se envolver nesta nova fase de
existência. Por nada no mundo o Protetor se distanciava e ainda lhe mostrava
razões engraçadas para soltar pitadas de
sorrisos discretos.
Era um amigo. O melhor. Sempre presente
em qualquer situação. A paz que Dele emanava, envolvia o carrinho de passeio,
passava pela mamãe e tocava tudo aos arredores. Numa elevada harmonia,
acariciava suavemente todas as coisas para que elas se entrelaçassem. A física
da vida literalmente estava sob a regência de Seu Infinito Amor.
Carregava com Ele as fragâncias do
encanto, a leveza dos movimentos, a sutileza no tato. Transformava estrondos em
zunidos de insetos ou cantos de pássarinhos. Um gentil poder de couraça!
Milhares de olhares estavam atentos à
pequena chegada, mas um, em especial, despertava a Divina Benção. Era a do Anjo
da Guarda que, amavelmente, cuidava de sua preciosa riqueza. A infância que
Deus lhe confiara como lugar de abrigo.
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