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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Guarda - Patricia Iaz



Guarda
Patricia Iaz

Era uma tarde de sábado. O passeio no shopping com a mãe era a novidade do dia. Tudo bem confuso ainda para seus poucos meses de idade. Ao mesmo tempo que sentia ansiedade e insegurança em meio a tantos ruídos e agitações, presenciava também, a convicta confiança de quem segurava-lhe as mãos e garantia o guardar do coração. O Anjinho da Guarda estava alí, incansávelmente existente.

         Bastava o choro querer despontar no ingênuo olhar infantil e logo um aquecer lhe tomava o peito frágil. O Anjo lhe dava coragem para permanecer serena e assim poder se envolver nesta nova fase de existência. Por nada no mundo o Protetor se distanciava e ainda lhe mostrava razões engraçadas para soltar pitadas de  sorrisos discretos.

         Era um amigo. O melhor. Sempre presente em qualquer situação. A paz que Dele emanava, envolvia o carrinho de passeio, passava pela mamãe e tocava tudo aos arredores. Numa elevada harmonia, acariciava suavemente todas as coisas para que elas se entrelaçassem. A física da vida literalmente estava sob a regência de Seu Infinito Amor.

         Carregava com Ele as fragâncias do encanto, a leveza dos movimentos, a sutileza no tato. Transformava estrondos em zunidos de insetos ou cantos de pássarinhos. Um gentil poder de couraça!

         Milhares de olhares estavam atentos à pequena chegada, mas um, em especial, despertava a Divina Benção. Era a do Anjo da Guarda que, amavelmente, cuidava de sua preciosa riqueza. A infância que Deus lhe confiara como lugar de abrigo.
        
        

                   

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