A concha e o menino
M.Luiza de Camargo
Malina
A Concha desocupada
de suas funções procurava, no vão vazio de sua existência, um novo sentido para
não desistir no vai e vem das ondas, que a levaria a
preencher a sua forma existencial.
Em sua viagem ouve e
desouve o que não lhe interessa, dando-se conta do faz de conta que vai a algum
lugar.
Adormece nas areias
brancas e frias da praia e, acorda frente a frente com aquele que já vivera
dentro de uma concha, adota-o como um cordão umbilical em seus momentos de
meditação.
Cada um
desemprestando sua concha ao outro no silêncio de suas marés.
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