EU
E A NATUREZA...
Dinah Ribeiro de
Amorim
Procuro a calma, a
solidão do mato, o abrigo frondoso dos
sicômoros que ladeiam os bosques. Busco o silêncio da natureza, a beleza e a
imensidão das montanhas, fugindo dos ruídos que machucam meus ouvidos e
acontecimentos da cidade que destroem minha felicidade.
Gosto do cheiro do capim verde penetrando em
minhas narinas, do som do vento agitando folhas, fazendo-as cair suaves como
plumas, acolchoando o chão de terra.
Flores coloridas aparecem aos tufos,
perfumando com suas cores, a paisagem.
Animaizinhos alegres e curiosos aparecem aos poucos, observando-me de longe.
Rodopio feliz, sinto-me livre, afugento
obrigações, estudos, compromissos, busco a solidão de palavras sentidas,
ouvidas, vividas, aprendidas. Procuro o ritmo da natureza. Flora e fauna que
crescem naturalmente, sem provocação ou causa.
Percebo ruídos novos, estranhos, estalidos
quietos e sonoros em meio ao silêncio daquela quietude de homens.
Sinto-me nesse momento como Robinson Crusoé
perdido numa ilha deserta.
Aquieto mente e espírito, medito por longo
tempo e, percebo, assustada, que estou fugindo não do mundo mas de mim mesma.
Das minhas palavras que brotam repentinamente como enxurradas, semelhantes às
nascentes das cachoeiras encontradas.
Palavras novas crescem junto aos brotos que
surgem nos galhos do caminho.
Retorno então ao meu
passado, à minha estrada, para retomar o que ficou esquecido e, cautelosamente,
reagir aos opróbios da vida.
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