CARTA A UMA ESCRITORA QUE GOSTARIA DE TER CONHECIDO!
Dinah Ribeiro de Amorim
São Paulo, 29 de
agosto de 2013
Cara escritora Pearl S. Buck:
Gostaria muito de tê-la
conhecido pessoalmente, vivido em sua época, frequentado os mesmos lugares que
frequentou.
Leio seus livros
desde menina, incentivada pela minha mãe, e posso dizer que sempre foi nossa
escritora predileta.
Sua simplicidade ao
escrever seus romances, a maneira como descreve o modo de vida na China, seus
costumes antes da Revolução, o amor que coloca ao falar de suas experiências,
toca nossos corações e prova que realmente mereceu os prêmios que recebeu:
Nobel de literatura, em 1938 e o prêmio Pulitzer em 1931.
Li quase todos os
seus livros: “Vento Leste, Vento Oeste”, “A Boa Terra”, “Os filhos de Wang
Lung”, “A Casa Dividida”, “A Mãe”, “A Exilada”, “O Patriota”, “A Estirpe do
Dragão”, sempre divulgando a cultura de um mundo fechado e excêntrico, com costumes
e instituições praticamente desconhecidos no ocidente.
Acompanharam a minha
infância, adolescência e agora a minha velhice. Sempre desejei ser escritora,
acho que por seus livros. Creio que, em
sua vida, teve de recuar muitas vezes, mudando de povoado em povoado chinês.
A palavra OMO,
derivada de OLD MOTHER OWIL, creio que só veio a conhecer quando teve que
voltar à América, fugindo de revoluções no oriente.
Cueca e cueiro,
acredito também que só veio a conhecer nos Estados Unidos, pois na China que
viveu, as crianças do povo eram soltas, faziam suas necessidades nas ruas e, os
homens, usavam túnicas folgadas, sem o conhecimento de cuecas, de origem
ocidental.
Propinas e gorgetas,
creio que viu muitas, pois tanto era hábito os ricos gratificarem os pobres
quando queriam algo como as origens das palavras: beber à saúde, dinheiro para
beber, brindar alguém, em várias línguas e povos, também era hábito entre
orientais. Só os nomes das bebidas e o sabor eram diferentes. Mais chás e
saquês, aguardente de arroz!
Enfim, minha
escritora preferida, infelizmente falecida em 1973, deixando-nos cerca de dois
romances por ano, grande herança; quando sinto falta de alguma coisa, saudade
nem sei bem do quê, releio seus livros, hábito herdado de minha mãe.
Com
admiração, uma simples leitora!
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