Sr. JOAQUIM
M.Luiza
de Camargo Malina
“Ele
era um duvidador. Duvidava de tudo, ou quase tudo. Desacreditava de tantas
coisas que vivia vazio. Não gostava de festas, quando convidado,
transformava-se em inventador de desculpas”.
-
Sei, sei. Sei muito bem de suas intenções, mas desta vez não passa, pensava
Marieta arquitetando um plano mirabolante para a tão esperada festa e segunda
lua de mel.
Joaquim
trabalhava pelos cotovelos e guardava o dinheiro junto às teias de aranha do telhado de sua casa. Oferecia refeições caseiras
aos seus belos cães, julgando que as rações não eram tão boas.
Para
tudo havia uma desculpa, até mesmo para o uso de produtos pessoais, inventava
sempre alguma nova coisa. Certa vez, de birra com o cunhado, troca o conteúdo
do frasco de um desodorante.
No
dia seguinte o cunhado comentou:
-
O produto é bom demais da conta, mas na consistência devia di ter laquê, os
pelos ficaram grudados e duros parecendo Bombril, aí precisei raspar tudo!
Quá..quá..quá..
Joaquim ria um riso de doer o estômago.
João
percebeu então, que caiu num alçapão. Resolveu dar um troco, depois que descobriu
que Joaquim colocou açúcar no produto.
Passam
os dias na monotonia do nada acontecer. Joaquim eufórico, mas de orelha em pé.
A esposa não falara mais nada sobre a festa, o cunhado se enfiara no buraco do curiango.
Joaquim organiza uma viagem de carro para o litoral.
-
De madrugada - disse à esposa - vamos sair de madrugada, será uma semana de
regalias que só o dinheiro pode comprar.
Malas,
acessório para isto ou para aquilo iam para o automóvel. Na escura da noite,
chave na ignição e, o danado do carro, do tamanho de um elefante, está morto. Ao abrir o capô para ver o que haveria
acontecido. Teve uma enorme surpresa: estava sem o motor.
-
Ei! Precisa de ajuda para empurrar o carro?
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