NOVAS
FÉRIAS, NOVAS DESCOBERTAS!
Dinah Ribeiro de Amorim
Sylvio, um menino de nove anos, muito ligado
ao pai, vai para o sítio com a mãe, durante umas férias em que seu pai precisou
viajar a negócios.
Sentia-se meio inseguro só na companhia da
mãe, embora gostasse muito dela.
O pai, para ele, representava força,
proteção, heroísmo, segurança. A mãe, docilidade, amor, fragilidade, beleza,
necessitando de proteção de ambos.
Aquele sítio alugado, desconhecido, não lhe
dava alegria mas, amedrontamento. Era muito isolado, sem ninguém por
perto, com barulhos estranhos vindos da
mata virgem.
Quando chega a noite, deitado numa cama
estreita e dura, ouve o ressonar cansado de sua mãe no quarto ao lado, não
conseguindo dormir.
Se acontecesse alguma coisa, que fariam os
dois naquela região, nem é bom pensar!
De repente, um barulho forte o assusta.
Parece alguém batendo na porta!
Levanta rápido, acorda sua mãe, que se
espanta ao vê-lo: “Que foi, filho? Não consegue dormir?”
_ Tem gente querendo entrar aqui, mãe,
responde tremendo.
Ela, como um raio, o que o espanta, pega uma
espingarda velha do armário e vai em direção à porta, mandando-o ficar em seu
quarto.
Desobedecendo, Sylvio fica à espreita, atrás
da porta, observando o que acontece.
Sua mãe não aparenta tanta fragilidade, como
sempre. Ao contrário, coragem e força como o pai.
Ela abre a porta devagar, sem barulho,
deparando com um velho bêbado encostado nela, acompanhado de seu cachorro.
Interrogado, responde, também assustado, que só queria dormir um pouco, não
sabia que havia gente ali. Mirando sua arma em direção a ele, vai levantando e
foge para o mato, com medo de ser morto.
Fechando bem portas e janelas, a mãe, com
bastante firmeza no olhar, dirige-se ao quarto do filho, permanecendo com ele
até adormecer.
Sylvio, sossegado e mais calmo, adormece
tranqüilo, percebendo, pela primeira vez que, com sua mãe, também está
protegido!
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