O
FRIO DA FELICIDADE
M. Luiza Camargo
Malina
As asas, de uma
leveza de pluma, comandam o andar da fada sem asas num devagar paradeiro,
acompanhado do medo da alegria do primeiro encontro, enroscado na garganta
magra do comprido pescoço enfeitado pelo gogó.
“Miss Firulina”,
desengonçada na adolescência de mulher, voa sorrindo pelas ruas empoeiradas da
esperança, deixando seu rastro profundo de estradeira, que ainda não aprendeu a
pisotear em cima da malícia.
O calor do rubror
amorangado de suas faces, ao ser acariciada pelas mãos geladas do encontro
fortuito, passa desapercebido.
Prefere continuar na
curiosidade, do não saber do tal do sentir frio em seu calor, de mulher a
desabrochar em gotas de amor.
O frio arrepiador de
menina mulher, num breve toque de mãos, voa alto, brincando com as nuvens, num
saltitar de letras, formado o nome do primeiro amor escondido, que só aparece
quando as gotinhas despencam do céu cansado de tanto procurar a dona desse
amor, que chora pelo amor que lá deixou e esqueceu de lá, ir buscar.
- Você ainda se
lembra de mim ?
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