A
tragédia
Patricia Iasz
Até
aquele dia... Quando um alvoroço tomou a frente do prédio. Sirenes alarmaram a
rua, despertando a todos para uma curiosidade recente. Policiais fardados, com
armas engatilhadas, invadiram o edifício sem pedir licença. Gritos agudos e choros
desesperados podiam ser ouvidos do apartamento de Hilo. O silêncio insinuante
com relação aquele rapaz, hoje caíra por terra.
Ele
acabara de matar seu amante!
A
amiga do rapaz assassinado, ainda em prantos sobre o corpo inerte, parecia
desolada pela incapacidade de impedir a tragédia. Chegara tarde demais.
Hilo,
ainda com o revolver em punho, balbuciava palavras em japonês deixando todos
confusos. Espantoso era seu semblante. Parecia indiferente com a cena que via.
Quando
os guardas chegaram, logo algemaram o rapaz. Depois foram conversar com a única
testemunha do crime. Em soluços esta desabafara que meses atrás rompera com o
indivíduo assassinado porque este declarara que já estava envolvido com outro a
algum tempo.
Como
conhecia Hilo e já desconfiava da amizade dos dois, na última briga com o ex,
descobriu o romance.
Porém,
contara ela que na noite passada, seu antigo namorado estava nervoso pois
tivera uma intriga com Hilo e este o ameaçara de morte. Mesmo assim, ele disse que estava decidido
dialogar nesta manhã. Ela chegara tarde demais.
Hilo
era um rapaz de programa pois fora a unica maneira que descobrira para se
manter no Brasil. Neste “bico” para o sustento conheceu seu amante e após um
breve envolvimento foi surpreendido pelo abandono. Não suportou a separação
ainda mais sabendo que ele voltaria novamente para os braços da ex e a história
culminara nesta triste realidade. Dois abandonos e uma morte.
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