SUA
VIDA MUDOU!
Ribeiro de Amorim
Silvinha havia acabado de
perder a mãe, o que a deixara em tremenda frustração.
Sozinha, com poucos parentes vivos, pai já
não possuía há muitos anos, sentia-se
infeliz, só e desamparada.
Trabalhava como atriz coadjuvante em teatros
e novelas, fazendo algumas pontas quando a chamavam.
Até seu trabalho, o que poderia distrair um
pouco, andava fraco, com poucos convites e cenas.
Seu único entretenimento era sair às vezes com
Rafael, meio amigo, meio namorado, ainda não havia uma definição entre ambos.
Acreditava piamente em horóscopos, tarôs,
leitura de mãos e coisas assim... Era muito mística e crédula, consultando tudo
que ouvia falar como verdade.
Iludia-se com essas coisas, mas à medida que
o tempo passava, percebia que não acontecia o que lhe afirmavam e entrava
novamente em depressão.
Certo dia, andando na rua a caminho de um
teatro de jovens que a havia chamado para um teste, estava tão cabisbaixa,
abatida, sem esperança que, tropeça num buraco da calçada e vai ao chão.
É socorrida por uma senhora simpática,
amável, que olhando-a firme nos olhos, pergunta se está tudo bem! Não havia
quebrado nada nem se machucado.
Levanta-se rápido e responde que sim, tudo
normal. Fora apenas uma distração!
Despede-se agradecida, mas antes nota que a
desconhecida lhe passa nas mãos uma pequena cruz com os dizeres:
”Vinde a mim quando estiveres cansado e oprimido!”
Sente pena de jogar fora e guarda-o na bolsa
como se fosse alguma intuição.
Realmente, após esse incidente, sua vida
começa a mudar.
Seu trabalho no teatro não é mais uma ponta,
mas cena de destaque, maior atuação. Volta para casa mais alegre e encontra
Rafael no caminho que, finalmente, chega à conclusão de que deveriam se casar.
Conheciam-se há mito tempo.
Atuando como gostava e de casamento marcado,
dirige-se a uma igreja para a data e o horário, como se fosse outra pessoa, não
mais a Silvinha de antigamente.
Ao entrar na nave, avista logo um crucifixo
igualzinho ao que recebera e não jogara fora. Bem maior, tem uns dizeres em
baixo: “Vinde a mim quando estiveres
cansado e oprimido!”
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