CARTAS PARA JULIETA!
Dinah
Ribeiro de Amorim
Marina,
uma simpática morena, jovem, amorosa, trabalhava como secretária em uma firma
de cosméticos e, namorava André, coroa
bonitão, divorciado, um dos diretores da firma.
Como esse relacionamento já durava algum
tempo, nutria a esperança de um compromisso mais sério, entre eles.
De repente, sem motivo aparente, André
resolve romper com ela e passa a cortejar Mônica, sua colega de sala.
Decepcionada, entra em grande depressão e
resolve pedir demissão da firma.
Aconselhada por amigos, desiste da idéia e
pede uma licença para viajar, espairecer um pouco.
Tira algumas economias do banco e vai para a
Itália, terra de seus avós, que sonhava conhecer.
Passando por várias cidades magníficas, chega
a Verona, histórica, palco do romance entre Romeu e Julieta. Fica encantada!
Descobre que na antiga casa de Julieta, imaginada por Shakespeare, havia um
depósito para pedidos e cartas de amor, simbolizando uma antiga lenda que o
espírito de Julieta, sofredora no amor, atendia a todos.
Resolve escrever também para ela, entrando na
magia do lugar, mais como um desabafo do que crença.
Querida Julieta:
Escrevo-lhe esta esperando também ser
atendida. Gostaria de encontrar alguém que me amasse de verdade, assim como
Romeu a amou.
Tive um relacionamento apaixonado, mas fui
traída por uma amiga que o roubou ou, melhor dizendo, o meu Romeu não me amava
tanto.
Estou muito decepcionada com a vida, com o
amor, com o casamento. Não tenho, como vocês dois, mais vontade de viver.
Sou sozinha e sem objetivos, a não ser
trabalho, o que é muito sem graça e cansativo.
Gostaria tanto de encontrar minha alma gêmea!
Será que isso é possível, tem fundamento, ou o amor verdadeiro não existe, só o
de conveniência.
Espero ficar mais tempo aqui na Itália e
conhecer Veneza, cidade natal dos meus avós. Casaram-se lá.
Quem sabe, depois de lhe escrever, aparecerá
alguém!
Sem mais, emocionada em ver os lugares em que
viveu, deixo-lhe beijos de uma pessoa amargurada, sofrida também com os males
do amor!
Marina.
Dobrou o papel e depositou num dos tijolos, destinados
às cartas para Julieta.
Foi até Veneza, maravilhou-se com suas
belezas, hospedou-se num pequeno hotel e saiu a conhecer a cidade.
Reparou num belo homem claro que a seguia,
com jeito de italiano.
Entrou
numa das igrejas e ele também. Estava havendo uma missa em japonês, para a
colônia japonesa do lugar. Achou bastante interessante. Não demorou muito a se
falarem. Marcelo era o seu nome, de família italiana, morador de Roma.
Percorreram juntos os lugares pitorescos e
nasceu entre eles uma forte atração. Marina percebeu que tinham grande
companheirismo e afinidade.
Ficaram juntos até o final de sua viagem,
quando veio ao Brasil somente para liquidar suas coisas e vender o apartamento.
Voltaria para a Itália, moraria em Roma com Marcelo, que a pedira em casamento.
Verdade ou não, parece que Julieta ouviu o
pedido de Marina!
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