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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

BAILE DE MÁSCARAS - Carmen Lucia Raso

                 

BAILE DE MÁSCARAS
Carmen Lucia Raso


Era uma noite de verão, minhas amigas passaram em casa, fazendo de tudo para que eu deixasse o conforto do meu sofá e o filme ao qual assistia. - Vamos embora! Levanta daí! Diziam.

-Trouxemos um vestido de melindrosa, pra você sair como nós, brilhantes e faceiras!

Eu não estava mesmo afim de sair, pois naquele sábado todos os filhos resolveram viajar, seria feriado na 3ª-feira e resolvi descansar. Mas qual o quê. Acabou o meu sossego e começou a folia, com aquelas três seiscentonas buzinando na minha cabeça. Lá fui eu!

Tomei um banho rápido já estavam com meu vestido em punho, a outra me fazendo sentar para ajeitar uma maquiagem pesada. A outra ia prendendo meus cabelos num coque desarrumado.

Depois de muitas risadas e preparativos rumamos ao Clube da cidade, com as máscaras que nós mesmas fizemos com a ajuda de um artista italiano que apareceu prla nossa cidade.

Ao entrar no salão ouvi uma marchinha que me remeteu aos anos 60, éramos adolescentes e adorávamos ir a qualquer festa do Clube. Cumprimentamos alguns amigos e conhecidos e rumamos para uma mesa reservada pelas amigas.

Mal sentamos pararam em frente a nossa mesa nosso grupo de colégio, agora grisalhos, uns com as esposas ou maridos, outros sozinhos.

Alguém pegou em minha mão e me arrastou pelo meio do salão. Fui tentando identificar pela voz, pelo porte, quem seria? Quando se virou e me abraçou, consegui identificar aquele olhar, não podia acreditar. Seria verdade quem eu estava pensando?

Ele, que a tantos anos não via, pois assim que completou o 3º ano do Colegial, com o falecimento de seu pai, mudou com sua família para a capital e nunca mais soube do Max, meu 1º namorado. Seria ele mesmo?

Foi lindo e bom demais, dançamos e conversamos a noite toda, sentia-me como uma adolescente e ele também. Sentíamos uma alegria e uma energia indescritível.

Lá pelas tantas, já quase amanhecendo, me levou para casa e renasceu aí uma paixão, um amor, sem máscaras. A Melindrosa e o Pierrô, casal que até hoje estão juntos.

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