AMOR E MEL
CHICO COSTA
Sabina era uma linda jovem que costumava se debruçar sobre a janela, para durante o dia se ater com os pássaros de seu frutífero pomar, eram várias espécies que voavam em pleno céu azul anil para lhe encontrar. Quando chegava a noite aproveitava para contemplar as estrelas do céu escuro em breu ou ao luar dourado que fazia a natureza cochilar num manto de penumbra. Certo dia o sol matinal brilhava intensamente, as asas dos beija-flores cintilavam a cada movimento dos seus vôos acrobáticos ou mesmo quando pairavam em pleno ar. Eis que o beija-flor mais formoso pousou em seu ombro e após fazer cafuné em sua orelha voou e pairou defronte seus olhos lhe indagando! Quem és tu menina linda? Então ela respondeu: Sou a princesa Sabina! O pequeno pássaro repentinamente tomou rumo ignorado e logo voltou com um bilhete ao bico para a linda jovem princesa que se derreteu em simpatia com tão gracioso pássaro. O bilhete exalava o cheiro gostoso do favo da melífera jandaíra e nele estava escrito: Sou o príncipe Anibas que mora na casa que se levantardes os olhos para a colina defronte a vossa janela me verás agora. A princesa não vacilou e com um olhar de águia avistou um belo e fogoso rapaz que também vivia na sua janela a observá-la. O príncipe Anibas era de outro país, porém os dois castelos situavam-se num ponto lindeiro. Havia rusgas de sua família para com a dela, por isso se via impossibilitado de manter o contato direto, daí resolveu domar beija-flores, um pássaro que por excelência sabia extrair o néctar das flores e talvez na aproximação de tais aves pudesse aprender extrair o amor contido no coração daquela moça que até então, à distância o fazia desconhecer que era portadora de extrema beldade. Por vários dias o beija-flor fez inúmeras viagens para troca de bilhetes, até que marcaram um encontro debaixo de um pé de jurema. Dessa data em diante ficaram enamorados, e a contra gosto da mãe da princesa Sabina, conseguiram se casar. Sua sogra Jugumela a princípio era uma cascavel das mais peçonhentas, mas com o passar dos anos cedeu ao amor de Sabina e Anibas, principalmente depois de saber que seus nomes eram anagramáticos, pois tudo levava a crer que um nasceu para o outro. Assim as famílias terminaram as rusgas, reis e rainhas viveram felizes para sempre com filhos e netos.
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