BIOGRAFIA DO TINTUREIRO
Ivonéte Miranda
Ivonéte Miranda
Eu li que Marcelo Cardoso Lima nasceu em Maceió, Alagoas, nordeste do Brasil, no dia 1º de março de 1983, terra do Marechal Deodoro da Fonseca.
Filho de Joana e Cristiano, irmão de Laura e Ronaldo, embora adorasse as belas praias de sua terra teve de acompanhar a família quando o pai decidiu ir morar na Nova York em 1990.
Muito cedo demonstrou interesse por abrir todos os aparelhos eletrônicos que via, e depois foi cursar a melhor universidade de tecnologia, seguindo brilhante carreira na famosa empresa de celulares.
Nunca desistiu de voltar para o Brasil, mas o que os pais não esperavam era que ele comprasse uma tinturaria em São Paulo e lhes pedisse absoluto segredo.
Os vizinhos da tinturaria Paulista estranharam quando o japonês vendeu o negócio com tradição local desde o começo do século.
Marcelo não fez alarde quando tomou posse da velha tinturaria e nem buscava prosa com os clientes.
Eu disse para o agente da Interpol que logo que vi a manchete do jornal reconheci o tintureiro que havia sido preso por roubo do celular japonês de última geração.
Falei ainda que achava muito esquisito que, todos os dias, quando a tinturaria fechava as portas, homens de ternos pretos e óculos de sol enormes, se aproximassem sorrateiros, sem trazerem nada nas mãos.
Acrescentei que o novo dono da tinturaria erguia a porta, olhava para os dois lados, como que para ter certeza da ausência de olhares intrusos, e acenava para os homens entrarem rapidamente e tornava a cerrar a porta.
Mesmo quando o tintureiro queimou o meu vestido predileto, dizendo que esqueceu o ferro estava ligado, não desconfiei que ele não fosse do ramo, nem tampouco um espião.
Um espião nordestino, com especialização americana, com a missão de obter a tecnologia japonesa.
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