COMO NASCEU O ALFABETO?
Dinah Ribeiro Amorim
As crianças brincavam alegremente no jardim do castelo. Era um castelo antigo, como todos os castelos, cheios de entradas e saídas, labirintos, grutas escondidas entre a mata, cheias de vegetação e pedras.
Um tanto misterioso, afastado da cidade, incentivava a curiosidade das crianças e despertava o mundo da imaginação e criatividade!
Foi o lugar escolhido para o avô delas morar, um escritor tranqüilo e solitário, amante do silêncio, histórias e pesquisas.
Gostavam elas de jogar bola, pega-pega, esconde-esconde, todos esses brinquedos infantis que povoam e enfeitam a infância.
Pedrinho, o mais velho de todos e também o mais ousado, dá um chute violento na bola, mandando-a para fora do parque, atrás do muro de proteção, bem no meio da floresta.
Todos correm atrás dela para ver quem consegue achar primeiro!
Vão para a direita, voltam pela esquerda, seguem à frente, não conseguem achá-la! Embrenham-se mata adentro, com uma curiosidade enorme, quando avistam uma pequena entrada: uma nova caverna descoberta!
Amedrontados, receosos de encontrarem algum fantasma ou bicho, ficam meio indecisos se continuam ou não!
Voltam, então, ao castelo e correm para chamar vovô André!
O avô, também curioso para saber o que acharam em suas terras, apanha o chapéu, uma lanterna, e acompanha as crianças até o meio da floresta.
Quando deparam com essa caverna misteriosa, entram rápido, examinando cada trecho das paredes, iluminado pela luz; cada detalhe novo que pudesse esclarecer sua origem...
Depois de muita observação e estudo, descobrem desenhos antigos, feitos talvez por algum homem ou civilização primitiva, que tenha habitado aquele lugar em épocas muito remotas.
Tinham algum significado! Queriam dizer alguma coisa! Lembrou vovô às crianças uma época muito antiga, quando o homem ainda não se utilizava da escrita! Seriam “ícones!”
_ Ícones? Perguntaram.
_ Sim! Respondeu vovô. Sinais ou desenhos que continham algum recado, alguma mensagem pois, não sabiam usar as letras para simbolizar sons!
_ Que novidade! Gritou Pedrinho. E como surgiu a nossa escrita? Como aprendemos a escrever ? Quem inventou o nosso alfabeto?
Vovô André respondeu:
_ Não se sabe ao certo! Parece que um povo que existiu entre 1400 a 1000 a .C., os fenícios, foram os primeiros homens a atribuir sinais, letras ou ícones a um som ou a uma idéia. Basearam-se um pouco nos hieróglifos egípcios, nos ícones egípcios, exemplo: a letra A foi criada do ícone egípcio que significava “boi”! Para os fenícios, lembrava a cabeça do animal. Cada vez que falavam em boi, usavam o A. Cada vez que aparecia um som igual, escreviam a letra A. Assim surgiu o alfabeto fenício, que serviu de base aos outros alfabetos:etruscos, gregos, inclusive ao nosso, que deriva do romano ou do latim. Devemos ao lógico francês Pierre Ramée, no século XVI, a criação das letras V,W e U.
_ Nossa, vovô, quanta modificação! Que diferença entre as nossas letras e o modo dos antigos escreverem! Usamos o alfabeto e eles usavam desenhos, ícones e, mais tarde, letras diferentes das nossas! Exclamou Juliana, a única menina da turma.
_ Nosso alfabeto, assim como a nossa língua, está sempre em mutação! Estamos constantemente evoluindo! Quem sabe ainda aparecerão novas letras para SS, RR, LH ou NH? Respondeu vovô.
As crianças, muito admiradas com a nova descoberta e com a aula recebida de vovô André, voltaram ao castelo pensativas e com vontade de conhecer mais sobre a origem e o desenvolvimento dos povos antigos.
O vovô, estudioso e conhecedor de vários assuntos, já voltou imaginando um novo tema para outro livro e, ansioso para comunicar essa descoberta, em suas terras, ao mundo Histórico Científico!
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