UM DIA DIFERENTE!
Dinah Ribeiro de Amorim
São Paulo cresceu muito nos últimos anos. Aumentou o número de bairros
periféricos, com suas casas, favelas, problemas de locomoção, moradia, muita
gente chegando em busca de trabalho, encontrando dificuldades inesperadas e,
pouca gente desistindo, saindo.
Quanto mais cresce a população desta cidade gigante, mais aumentam os
seus problemas. Tornam-se gigantes também.
Graves crises na educação com falta de escolas para todos, problemas nos
hospitais e pronto-socorros com atendimento precário, causando muitas vezes a
piora ou a morte do paciente pelo atraso em atendê-lo.
Um problema sério é a locomoção do trabalhador que sai cedo e o trânsito
que enfrenta. Impossível guiar em
São Paulo , nas horas de rush. As filas de carros nas ruas, os
ônibus entupidos de gente, prejudica muito a vida da cidade. O metrô auxilia
bastante: é mais rápido, quando se consegue entrar nele e fica próximo de onde
moramos.
São tantas as dificuldades desta nossa cidade que a gente até admira
quando algumas pessoas se dispõem a melhorá-la e a lutar por ela. Deve ser
muito difícil administrá-la e tentar resolver todos os seus problemas.
Uma questão que sempre me chamou a atenção e não escuto falar muito é o
trabalhador madrugador, com sono, que sai com dificuldade de seu barraco ou
casa, atravessa pinguelas, córregos cheios, pontes estreitas, colocando em
risco, diariamente, a sua vida e a de sua família.
Fora isso, tem também que correr
no meio de estradas ou avenidas movimentadas, querendo passar para o outro lado
na busca de ônibus ou trem. Não encontram faixa por perto, para pedestres.
Muitos ficam pelo caminho. O sono, o cansaço, os impedem de serem mais
rápidos do que a coragem de se arriscarem nessa aventura diária.
Foi isso que vi acontecer com um homem que atravessou correndo a estrada
e chocou-se com nosso ônibus, batendo lateralmente nele, bem abaixo de minha
janela. Estava saindo de São Paulo para visitar uma escola em outra cidade, bem
cedo, tentando distrair o sono olhando pela janela.
O que mais me espantou foi a atitude das pessoas à sua volta, achando
normal esse acontecimento. Mais um caído à beira do caminho!
O trânsito não parou, o motorista do ônibus nem percebeu, e eu fiquei
cismando se tinha acontecido mesmo ou se fora minha imaginação.
Tenho dúvidas até hoje pelo pouco caso que fizeram do fato!
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