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sábado, 12 de maio de 2012

Meu primeiro e último amor - Dinah Ribeiro Amorim



MEU PRIMEIRO E ÚLTIMO AMOR!

(trabalhando com Antíteses: oficina)

Dinah Ribeiro de Amorim



A sala toda quieta, a casa dorme!

Eu, sentada no sofá, sem sono embora tarde da noite, penso no baile anterior.

Que sensação estranha... Que calor por dentro... Conhecera alguém que me fizera mudar!

Levanto e abro a janela. Faz frio na madrugada lá fora.

Poder estranho exerceu esse homem sobre mim. Fico alerta, desperta, com vontade de andar e ficar parada, temerosa de perdê-lo e ansiosa por vê-lo.

Feliz por dentro e, ao mesmo tempo, triste, na incerteza dos seus sentimentos.

Passo horas pensando em tudo que aconteceu. Nossa música, nossos passos de dança, nossas conversas longas, estendidas pelo baile todo.

Será que haverá um retorno ou mais uma aventura acontecendo na alegria do momento, deixando tristeza e esquecimento.

Acontecem tantos casos por aí! Tanta moça apaixonada, feliz e entusiasmada numa noite para desespero e decepção no dia seguinte.

Amor! Atração! Desejo! Sentimentos estranhos do ser humano. Todos eles me invadem e se misturam, unidos, como ondas revoltas que se quebram e se acalmam na solidão das praias.

Sinto tudo isso por ele ao mesmo tempo, colocando nesse início o meu final de linha.

Olho através da janela. Amanhece...

Um dia pela frente na esperança de um toque, um sinal, um chamado. Agüentaria isso ou tomaria iniciativa nessa ansiedade da espera.

Avisto uma sombra na calçada, um passante solitário. Alguém que, como eu, também não conseguiu dormir. Observo melhor e o reconheço.

É ele, o meu amor, o meu primeiro e último amor, sem sono, rodeando a minha casa. Apaixonado por mim!

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente trabalho Dinah. Gostei do uso das figuras de pensamento, antítese e gradação.

Parabéns Ana pela postagem!
JM

Anônimo disse...

Semelhantemente a personagem desta história, ela nos remete a boas lembranças desta vida com pessoas maravilhosas que amamos que guardamos no coração com ternura e saudades mesmo quando a vida nos afastou desta pessoa amada, dos momentos de alegria, risos, satisfação, prazer e parceria. Ainda vivemos este baile!
JM
Jair