UM DESEJO DE SER HERÓI!
Dinah Ribeiro
de Amorim
Rui era um menino pacato, insignificante, morador do
interior do estado de São Paulo, Ibitira, distante da capital. Vida simples,
modesta, sem grandes pretensões, aparentemente.
Freqüentava o único grupo escolar local, como
outras crianças do seu tempo.
Mas, era diferente! No íntimo, tinha um sonho
de grandeza. Queria realizar atos úteis, de repercussão mundial, viajar, sair
da cidadezinha, conhecer muitas pessoas, tornar-se famoso...
Olhava todas as noites para o céu estrelado,
para a Lua, imaginando coisas. De dia, o Sol, ao nascer e entardecer,
reaparecendo entre nuvens, despertava sua curiosidade e entusiasmo. Deveria
existir mesmo “vida” em outras galáxias.
Talvez conseguisse fazer contatos que
trouxessem benefícios aos habitantes da Terra. Desejava ser “super-herói”, um
ser especial.
Tanto imaginou e sonhou que passou a viver
como se estivesse sendo observado por outros seres, querendo mostrar como vivia
um terrestre.
Mudou tanto o seu comportamento que deixou de
ser real. Não vivia como os outros. Andava desligado, observando e meditando.
Lia somente revistas e artigos sobre Astronomia, Astrologia, Ufologia.
Quando ficou adulto, suas únicas amizades
eram ufólogos ou pessoas que afirmavam contatos com extra terrestres.
Seus pais se questionavam o por que dessa
inclinação e a única resposta que encontravam era a morte de um irmão querido
que o chamara muito antes de morrer e ele não conseguira fazer nada. Teve uma
depressão após isso, nascendo, então, um desejo íntimo de busca, descobrir
coisas poderosas como a cura de pessoas.
O filme ET de Spielberger, chegou a Ibitira e
Rui foi o primeiro da fila. Permaneceu boquiaberto, entusiasmado, acreditando
piamente que era verdade.
Passados alguns anos, após estudar e observar
muito o Universo, numa madrugada, sentiu um sinal estranho em suas mãos. Não
via nada, ninguém, mas uma quentura gostosa, um formigamento, passava pelo seu
corpo e terminava nas mãos.
Foi até o quintal e colocou suas mãos sobre
uma planta seca, ressequida, paixão de sua mãe. Como no filme, imediatamente a
planta renasceu, tornando-se viva, brilhante, abrindo-se toda para ele.
Assustado e encantado, recuou alguns passos.
Pedira tanto a Deus, ao Universo, aos extra-terrestres que acreditava, o dom de
cura, o poder de aliviar doenças e dores, que o recebeu!
Começou a ter visões de acontecimentos
futuros, prever acidentes, chamamentos para orar e evitar!
Demorou um certo tempo para aceitar isso e
aprender como utilizar seus dons.
Sentiu muito medo, a princípio, atingindo
finalmente a realização de seu desejo: o
poder de cura em suas mãos, como tantos especiais espalhados pelo mundo e não
sabemos!
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