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domingo, 6 de maio de 2012

UM DESEJO DE SER HERÓ! - Dinah Ribeiro Amorim





UM DESEJO DE SER HERÓI!

 Dinah Ribeiro de Amorim


  Rui era um menino pacato, insignificante, morador do interior do estado de São Paulo, Ibitira, distante da capital. Vida simples, modesta, sem grandes pretensões, aparentemente.

  Freqüentava o único grupo escolar local, como outras crianças do seu tempo.
  Mas, era diferente! No íntimo, tinha um sonho de grandeza. Queria realizar atos úteis, de repercussão mundial, viajar, sair da cidadezinha, conhecer muitas pessoas, tornar-se famoso...

  Olhava todas as noites para o céu estrelado, para a Lua, imaginando coisas. De dia, o Sol, ao nascer e entardecer, reaparecendo entre nuvens, despertava sua curiosidade e entusiasmo. Deveria existir mesmo “vida” em outras galáxias.

  Talvez conseguisse fazer contatos que trouxessem benefícios aos habitantes da Terra. Desejava ser “super-herói”, um ser especial.

  Tanto imaginou e sonhou que passou a viver como se estivesse sendo observado por outros seres, querendo mostrar como vivia um terrestre.

  Mudou tanto o seu comportamento que deixou de ser real. Não vivia como os outros. Andava desligado, observando e meditando. Lia somente revistas e artigos sobre Astronomia, Astrologia, Ufologia.

  Quando ficou adulto, suas únicas amizades eram ufólogos ou pessoas que afirmavam contatos com extra terrestres.

  Seus pais se questionavam o por que dessa inclinação e a única resposta que encontravam era a morte de um irmão querido que o chamara muito antes de morrer e ele não conseguira fazer nada. Teve uma depressão após isso, nascendo, então, um desejo íntimo de busca, descobrir coisas poderosas como a cura de pessoas.
  O filme ET de Spielberger, chegou a Ibitira e Rui foi o primeiro da fila. Permaneceu boquiaberto, entusiasmado, acreditando piamente que era verdade.
  Passados alguns anos, após estudar e observar muito o Universo, numa madrugada, sentiu um sinal estranho em suas mãos. Não via nada, ninguém, mas uma quentura gostosa, um formigamento, passava pelo seu corpo e terminava nas mãos.

  Foi até o quintal e colocou suas mãos sobre uma planta seca, ressequida, paixão de sua mãe. Como no filme, imediatamente a planta renasceu, tornando-se viva, brilhante, abrindo-se toda para ele.

  Assustado e encantado, recuou alguns passos. Pedira tanto a Deus, ao Universo, aos extra-terrestres que acreditava, o dom de cura, o poder de aliviar doenças e dores, que o recebeu!

  Começou a ter visões de acontecimentos futuros, prever acidentes, chamamentos para orar e evitar!

  Demorou um certo tempo para aceitar isso e aprender como utilizar seus dons.

  Sentiu muito medo, a princípio, atingindo finalmente  a realização de seu desejo: o poder de cura em suas mãos, como tantos especiais espalhados pelo mundo e não sabemos!



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