BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

QUANDO A PULGA NÃO ESTÁ ATRÁS DA ORELHA!- Dinah Ribeiro Amorim



QUANDO A PULGA NÃO ESTÁ ATRÁS DA ORELHA!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Maricota, apaixonada por Toninho, acreditou na potoca das moçoilas invejosas do lugar que o moço havia batido as botas num fuzuê havido no botequim da esquina.

  Destrambelhada, abestada como era, ao invés de ir investigar o caso no local, ficou sorumbática em casa, muito jururu, sem coragem e sustança para tomar alguma iniciativa.

  Apesar de Toninho ser um pé-rapado, amava-o muito e imaginava ser sua esposa há muito tempo.

  Sabia que o jovem era aperreado por qualquer coisa, mas bater o facho em briga de bar era coisa que nunca imaginara.

  Vai ver que cutucaram o cão com vara curta ou atiraram pedras em casa de marimbondos.

  Como era muito cabreiro, entrou em gastura e armou logo um salseiro, terminando tudo em lambança e acabando com a vida.

  Maricota quis arrancar os cabelos, andava feito barata tonta, com a cabeça nas nuvens. Sentia-se com uma corda no pescoço. Aos poucos, resolveu arregaçar as mangas,  não chorar mais sobre o leite derramado. Arranjou um emprego, saiu de casa e foi trabalhar, ia pôr mãos à obra em sua vida.

  Qual não foi seu espanto quando, de repente, sem mais nem menos, a primeira pessoa que encontra no caminho era Toninho, vivo, vivinho, que ia falar com ela, prometer mundos e fundos, marcar casório.

  Branca de susto, sentindo as pernas tremelicarem e o chão fugir, quem teve um saracutico foi ela, gritando a plenos pulmões e, coitada, indo desta para melhor!  Quem bateu as botas foi ela!


Nenhum comentário: