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terça-feira, 25 de março de 2014

A noite tempestiva num castelo velho - Patricia Iasz



A noite tempestiva num castelo velho

 Patricia Iasz
        A noite estava escura além do abtual. A gigante nuvem espessa cobria, sem visivel limite, toda extenção do céu. Trovoadas fortes e clarões de relâmpagos eram ouvidos e vistos numa constância. A rua estreita, beirando os abismos do trajeto até o topo da montanha, tornava o carro cada vez mais instável. No vidro, mesmo  ao movimento rápido do para-brisa, a tempestiva chuva embaralhava a vista na menor das distâncias. Porém, por um instante foi possível notar aquele castelo antigo e abandonado no meio do percurso. Ali mesmo, e sem demoras, resolveram parar até que o mal tempo desse sinal de melhora.

        Os jovens estavam tensos. Inseguros frente ao assombroso prédio de pedras velhas. Aquele cheiro forte de mofo, incomodando as narinas, aumentava conforme a aproximação no casarão abandonado. Uma janela ao fundo, batia fortemente com o assoprar dos ventos. E eles, encharcados, tremiam, ora por frio, ora por medo.

        Negs, o mais velho do grupo, parou defronte a grande porta de madeira em arco e com uma tímida coragem, segurou firme a maçaneta em ferro enferrujado, forçando-a para baixo. Esta gemeu um atrito que perdurou por todo abrir da porta. No interior do castelo, uma sala grande envolta em plena escuridão. Nela, o ouvir de asas se locomovento pelos cantos deixou-os envolvidos de inseguranças. Um calafrio na barriga os tomaram repentinamente, mas precisavam continuar buscando um abrigo. Dois a dois, abraçados, ligaram as pequenas lanternas e continuaram a vasculhar os arredores. Vários móveis estavam espalhados pelo cômodo. Todos cobertos por lençois empoeirados e tocados por delineadas teias de aranha. Sobre elas, enormes insetos em patas peludas brilhavam seus olhos a cada passagem de feixe de luz.

        De repente, Mellany, apavorada, solta um grito. Vira um vulto atravessar o corredor logo a frente. Todos duvidaram mas estavam resolvidos averiguar. A cada passo, os tacos soltos faziam barulho. Ao mesmo tempo, o grupo estava cada vez tenso. No corredor paredes com manchas escuras. No final dele, duas saídas. Uma à direita e outra à esquerda, quase que defrontes. Em cada uma, novas salas, móveis em lençois e teias. Em uma delas, o vento ousado derrubara tudo pelo chão e quebrara o lustre de cristal que ainda permanecia dependurado por um fio descapado no teto. E foi neste instante de curiosidade que todos viram aquela sobra disforme por toda parede. Era como um monstro delineado fitando-os sem cessar. Olhos, em luzes vermelhas, refletiam desta mancha negra. Agora, os corpos estavam gélidos e pálidos. Os corações pulsantes, podiam ser sentidos em cada garganta.  As mãos suando frio, se apertavam firmemente.  E os pés, em vontade de correr, permaneciam paralisados. E foi assim que, unidos, decobriram que o grito de Mellany era um anuncio de perigo. O castelo não era habitado. Na verdade, era uma mansão mal assombrada.


Daquele dia em diante ninguém mais soube do paradeiro dos 4 jovens curiosos e aventureiros que se tornaram lenda por toda região das Montanhas Tempestosas. Atualmente cada um conta, a seu modo, o ocorrido no castelo. Mas a única certeza é que nenhuma das testemunhas pode confirmar tais contos, pois jamais foram vistos novamente.

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