BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


terça-feira, 25 de março de 2014

Perdidos na tempestade - Jany Patricio



Perdidos na tempestade
Jany Patricio             
               
Era final de tarde, quando uma tempestade acompanhava o carro dos Andrade.

A chuva não dava trégua para os limpadores de para-brisa, que já estavam exaustos do vai e vem que com muita dificuldade permitia a visão da estrada para o condutor do veículo.

        Marcos dirigia com os olhos atentos quando os faróis iluminaram um rosto de mulher que protegia os olhos da claridade com as mãos. Estavam numa curva. O carro derrapou e virou. O casal conseguiu sair. Estavam na frente de um castelo. Trovões ensurdecedores. Os raios pareciam ser atraídos para a torre principal da fortaleza. Abraçaram-se encharcados e feridos. Sem alternativas bateram à porta. Ninguém abriu. Insistiram.

        Ouve-se um rangido. A imponente porta abre-se. Escuridão. Passos na escada. É alguém descendo com uma lamparina. Uma mulher. Estela aperta fortemente as mãos do marido que reconhece o rosto da estrada. Dá um passo para trás levando a esposa.

        Estrondos de trovões empurram o casal para dentro do castelo. A porta se fecha. A lamparina se apaga. Cessam os trovões e raios. Silêncio.

        Ao longe badaladas do sino do vilarejo. Marta perde a respiração e se agarra em Marcos.

        De repente se acende a luz de deslumbrante candelabro de cristal no centro da sala e de relance a silhueta de mulher se esvanece no final da escada.
        Tentam sair mas a porta está travada.

        - Estou sangrando Marcos.

        - Precisamos cuidar deste ferimento. Tem alguém aí?!

        Um assobio ensurdecedor e a porta se abre com o vento.

        - Vamos sair daqui! – disse Marcos.

        Correram até a estrada onde passava um caminhão que carregava tijolos. Acenaram.


        - Que fazem por estas bandas? Dizem que este lugar é mal assombrado! – disse o motorista.

Nenhum comentário: