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quarta-feira, 30 de março de 2011

"CINCO MINUTOS”, ATRAVÉS DE MINHA IMAGINAÇÃO - Dinah Ribeiro Amorim


"CINCO MINUTOS”, ATRAVÉS DE MINHA IMAGINAÇÃO... (exercício)
 Dinah Ribeiro de Amorim

 
    “Pois é, querida prima, andei até as 21,00 horas e, nada, nem vulto, nem sombra da mulher misteriosa.
     Seu perfume de sândalo ainda me chegava às narinas, deve ter ficado impregnado em minhas roupas!
     Com o coração esperançoso, andei mais algumas quadras pelo Rocio e, avistei ao longe, jogado no chão, um papelzinho dobrado, caprichosamente dobrado, na cor rosa. Pensei logo: deve ser um bilhete deixado cair!
     Era mesmo, e por ela. O mesmo perfume de sândalo. Desdobrei-o apressado e, comovido achei o endereço com nome de rua e número: Rua das Hortências, 128. Aonde seria, perguntei a mim mesmo? Só poderia  me ser destinado.
     Andei mais um pouco e parei num empório, cujo dono, um português, ainda não havia fechado.
     Perguntei sobre a Rua das Hortências e ele me afirmou que ficava a uns dez metros dali, seguindo em frente e dobrando à direita.
     Segui a orientação que me dera e parei defronte  um sobrado, com grande escadaria na entrada. Possuía uma campainha que logo apertei. Veio atender-me uma empregada, de avental engomado, muito branco, perguntando o que eu queria.
     E agora? Pergunto por quem? O que deveria fazer, querida prima?
     Perguntei por uma senhora vestida de sedas, com um chapeuzinho de palha e rendas, perfume de sândalo... Mostrei-lhe o bilhete... Ah! Falava italiano...
     A moça empalideceu, assustou-se, disse-me haver um engano.
     Realmente, havia tido uma patroa com minha descrição mas, havia falecido há alguns meses, sofrido um acidente de ônibus, quando voltava para casa. Era viúva, a coitada e, sem filhos, restando somente ela, agora, na casa, que seria vendida.
     Entonteci de repente! Senti que as forças me faltavam! Segurei-me ao portão fortemente, com medo de cair! Devo ter ficado muito branco porque a moça, preocupada, ofereceu-me um copo d’água.
     Prima! Como fiquei assustado! E triste, também! Tanto entusiasmo por uma estranha que não era real, fantasma ainda por cima...
    Voltei para casa muito cansado, chocado e, misteriosamente, com o perfume de sândalo  no ar!
    E tem gente que não acredita nessas coisas...

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