FESTA JUNINA
Dinah Ribeiro Amorim
(prosa poética)
Rosinha tinha feito promessa
Queria arranjar casamento
Recorreu a Santo Antonio
E escolheu o Honório.
Enfeitou-se toda, pôs brincos,
Para dançar a quadrilha
Organizada pelo pároco Dito
Durante a festa junina.
Alegrou-se muito sonhando
Queria dançar só com ele
Agarradinha, abraçando
Ficando pertinho dele!
Chegou a noite da festa,
Todo o povo cantando
Cada um se preparando
Com animada seresta.
Honório foi se colocando
De Rosinha se aproximando
Também andava sonhando
Com a mocinha esperta!
Começou a tão falada quadrilha
Com os pares rodopiando
Rosinha e Honório juntos
Novos passos ensaiando.
Bailaram a noite inteira
Essa gente festeira,
Deixando a Igreja cheia
Somente perdendo pras feiras.
Rosinha já estava certa
Do amor ter conseguido
Promessa pra santo Antonio
É certeza do pedido!
De repente, cadê Honório?
Caiu a noite, deu sumiço!
Fugiu, pobre Rosinha,
Com a mulher do Tenório,
Usando a triste mocinha
Pra imitar compromisso
Disfarçando, assim, seu pecado,
Anulando a fé em santo Antonio
Com esse comportamento abusado.
Passou um ano, dois,
Rosinha emagreceu...
Mas não perdeu a fé
No santo ao qual recorreu.
Eis que Honório, um dia,
Aparece, de surpresa. E,
Também triste, abatido, pedia
Perdão ao santo da igreja
Que um dia lhe havia dado
Um amor de bandeja.
Rosinha o perdoou...
Casaram-se e foram felizes
Santo Antonio garantiu
Aceitando aquele noivo
Que um dia lhe mentiu!
Tiveram muitos filhos,
Todos fiéis ao Senhor!
Não deixando Rosinha de ir
Às festas, com muito ardor,
Dançando, agarradinha,
Com Honório, seu único amor!
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