INSPIRAÇÃO FALHA
Lila
Ele não se ateve a forma, simplesmente deixou a caneta correr livre pelo papel debruçado na mesa, ainda com resquícios do café que acabara de tomar.
Tinha de apresentar um trabalho na oficina das duas e meia da tarde. Mas e a inspiração? Nenhuma.
Na noite anterior já esta preocupado, caminhando por aquela via larga, mal iluminada. O laboratório, logo pela manhã e já se imaginava branco com giz na lousa, pingos de suor frio escorrendo pela testa: a língua seca sem nenhuma vontade de para obedecer as enfermeiras, e com algum blá-blá-blá de extrangeiro, não adiantaria se irritar não entendia nada mesmo.
Decididamente, nesta noite, não conseguiria conciliar o sono, miraria fixo um ponto qualquer , ouvidos a postos no relógio da cozinha, vendo o dia clarear.Um risco que teria de correr. Não percebeu o buraco a sua frente, foi até onde deu e a poça engoliu-lhe os sapatos, as meias, 1/3 das calças, num mergulho só. Em segundo, era barro por todos os lados.
Pudera, uma vida como a sua, a gatinha do colégio se mandou, o corinthians fora da libertadores e os comentaristas sem dó, nem compaixão, à mesa, fazendo a felicidade dos são paulinos.
Foi quando se sentiu jogado ao chão com força e o motoqueiro tentando levantá-lo, sadudia-o “Ei cara está cansado da vida? “
Agora, o relógio da cozinha com uma abatida renitente o chamava à razão. Dormira com a cabeça entre os braços, por quase duas horas.
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