MORALIDADE EM BRASÍLIA
Ivonéte Miranda
Era uma quarta-feira ensolarada em Brasília, os políticos no Congresso já se preparavam ir para suas “bases”, enforcando o resto da semana.
No plenário estava um agito típico do final de tarde de sexta-feira em uma empresa privada. Poucos estavam sentados e o burburinho era geral.
De repente uma nuvem densa envolveu todo o ambiente, impedindo qualquer pessoa de enxergar um palmo adiante do nariz. Após o alvoroço com a inusitada cerração em ambiente fechado, os presentes perceberam com estranheza que só era possível ver claramente a bandeira do país.
A flâmula se despregou do mastro e começou a subir e tremular muito, sendo acompanhada por um sinistro foco de luz.
Todos ficaram mudos, estáticos, sem emitir sequer um piu.
A bandeira parou no alto, centralizada, surgindo por detrás dela um vulto, que pelos contornos parecia ser de uma mulher.
Alguns jornalistas de plantão apertaram os botões de suas máquinas fotográficas, mas eles não funcionaram.
Agora era possível enxergar perfeitamente a bela mulher, de terninho verde e amarelo, cabelos presos junto à nuca, flutuando no ar.
O silencio absoluto foi rompido pela voz doce e firme da jovem mulher.
Ela se apresentou como Moraliz e disse :
-“Daqui para frente qualquer político que apresente comportamento desonesto ou deslealdade com qualquer brasileiro imediatamente será levado para a favela da Grota, Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, famosa pelas quadrilhas sanguinárias que exterminam qualquer um num buraco que chamam de microondas.”
A notícia correu no “boca a boca” e partir daquela tarde, para perplexidade do planeta, todos os políticos brasileiros se tornaram honestos e morais, temendo a volta de Moraliz.
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