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domingo, 8 de setembro de 2013

Carta para Pearl S. Buck - Dinah Ribeiro de Amorim




CARTA A UMA ESCRITORA QUE GOSTARIA DE TER CONHECIDO!

Dinah Ribeiro de Amorim

  São Paulo, 29 de agosto de 2013

                                                          Cara escritora Pearl S. Buck:

  Gostaria muito de tê-la conhecido pessoalmente, vivido em sua época, frequentado os mesmos lugares que frequentou.

  Leio seus livros desde menina, incentivada pela minha mãe, e posso dizer que sempre foi nossa escritora predileta.

  Sua simplicidade ao escrever seus romances, a maneira como descreve o modo de vida na China, seus costumes antes da Revolução, o amor que coloca ao falar de suas experiências, toca nossos corações e prova que realmente mereceu os prêmios que recebeu: Nobel de literatura, em 1938 e o prêmio Pulitzer em 1931.

  Li quase todos os seus livros: “Vento Leste, Vento Oeste”, “A Boa Terra”, “Os filhos de Wang Lung”, “A Casa Dividida”, “A Mãe”, “A Exilada”, “O Patriota”, “A Estirpe do Dragão”, sempre divulgando a cultura de um mundo fechado e excêntrico, com costumes e instituições praticamente desconhecidos no ocidente.

  Acompanharam a minha infância, adolescência e agora a minha velhice. Sempre desejei ser escritora, acho que  por seus livros. Creio que, em sua vida, teve de recuar muitas vezes, mudando de povoado em povoado chinês.

  A palavra OMO, derivada de OLD MOTHER OWIL, creio que só veio a conhecer quando teve que voltar à América, fugindo de revoluções no oriente.

  Cueca e cueiro, acredito também que só veio a conhecer nos Estados Unidos, pois na China que viveu, as crianças do povo eram soltas, faziam suas necessidades nas ruas e, os homens, usavam túnicas folgadas, sem o conhecimento de cuecas, de origem ocidental.

  Propinas e gorgetas, creio que viu muitas, pois tanto era hábito os ricos gratificarem os pobres quando queriam algo como as origens das palavras: beber à saúde, dinheiro para beber, brindar alguém, em várias línguas e povos, também era hábito entre orientais. Só os nomes das bebidas e o sabor eram diferentes. Mais chás e saquês, aguardente de arroz!

  Enfim, minha escritora preferida, infelizmente falecida em 1973, deixando-nos cerca de dois romances por ano, grande herança; quando sinto falta de alguma coisa, saudade nem sei bem do quê, releio seus livros, hábito herdado de minha mãe.


                                             Com admiração, uma simples leitora!

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