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sábado, 9 de março de 2013

Na roça - Jorge Paixão





NA ROÇA
Jorge Paixão

Lá na roça tudo é bom pra valer...

O Senhor João, a corda cedo todo dia ao som do seu fiel despertador, que é o cantar do seu galo pedrês lá poleiro no terreiro da sua humilde palhoça que fica em cima do  Tabuleiro da Onça.

Ele levanta respira o ar da liberdade da vida na roça, toma café com cuscuz de tapioca feito com carinho por sua esposa á Dona Joana e depois se despede dela levando nas costas a enxada para para mais um dia de labor na plantação de mandioca e milho se preparando para a época de São João.

Apesar de uma vida humilde e sem conforto material , o seu conforto é espiritual em harmonia com sua esposa e um casal de filhos que andam uma légua todo dia para ir a escola que fica no povoado do Rio verde.

O silencio é completo ali no campo todo enfeitado pela Natureza com mata que exala um perfume agradável, aonde somente se escuta o cantar do passarinho e som das rodas do carro de boi que passa na estrada da serra distante mais de 2 km.

Em casa D. joana estar atarefada preparando uma galinha que matou para o almoço, enquanto escuta em seu radio de pilhas , musica e também noticias policiais a respeito da violência nos  grandes centros urbanos, tendo ao seu lado a sua cachorrinha Xôla , vira lata de estimação que vive correndo atrás das galinhas no quintal !

Ao meio dia com o Sol escardante e molhado de suor chega o Senhor João para almoçar e grita logo na entrada...

--Mulher bota logo o meu almoço que quero matar a danada dessa fome...

Dona Joana em silencio Caprichou um prato feito bem sortido e colocou na mesa, ele comeu tudinho até se saciar, bebeu quase uma moringa de água, comeu duas bananas e depois se espreguiçou na mesa com ar de satisfeito...então Dona Joana lhe perguntou:
--Como é marido, conseguiu matar a danada da fome ?

Imediatamente ele olhado para o prato vazio sorrindo lhe respondeu:

-- Matar não matei não, mas botei pra correr, porque ela vai voltar de novo !

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