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sábado, 9 de março de 2013

Um estranho em minha cama - Hirtis Lazarin


 


" UM  ESTRANHO  EM  MINHA  CAMA" 
Hirtis Lazarin

          Aquele local era o mesmo onde Marisa passou a lua-de-mel.  Casou-se cedo com Lívio, mas logo o deixou, quando descobriu suas falcatruas no banco onde trabalhavam.

          Agora, depois de quase cinco anos após a separação, Marisa volta para visitar as agências do banco nessa cidade.

          As lembranças eram boas daquelas noites com Lìvio, mas ao mesmo tempo, dava "Graças" por tê-lo denunciado.  Um ladrão é o que ele era.
          Sozinha, sua primeira noite foi, no mínimo esquisita, pois um estranho entrou em seu quarto e aboletou-se em sua cama...

         Marisa acordou bruscamente como se um meteorito tivesse caído sobre ela.  Um arrepio gelado percorreu-lhe as entranhas, enquanto um suor quente escorria-lhe pelo corpo.  Seria mais que natural um grito de socorro, manifestação do medo, mas isso não aconteceu.
          Foi  então que sentiu um corpo roçar o seu debaixo dos lençóis.
          Paralisada, prendeu com esforço a respiração ofegante, calou o bico e esperou...
          Seria um louco?  Um estuprador?  Um assassino de mulheres?

          Esse vai e vem do pensamento, por incrível que pareça, trouxe-lhe a calma que a situação exigia

          Ficou assim por um tempo, quando um perfume masculino amadeirado penetrou-lhe as narinas e inebriou-lhe o cérebro.

          Um corpo desnudo e másculo juntou-se ao seu; braços fortes enlaçaram-na com a força de Hércules e a delicadeza de Romeu; mãos grandes e macias acariciaram-lhe os cabelos pretos e fartos que cobriam seus ombros; lábios carnudos e úmidos procuraram a boca de Marisa e encontrando-a receptiva, beijou-a com o gosto e a vontade de um amante apaixonado.

          O fogo acendeu a chama do desejo.  O desejo ardeu, bem ardido, querido, descontraído.

         De olhos ainda bem fechados, Marisa desfrutou a magia, o encantamento daquela hora, sem censura nem recalques.  Entregou-se de corpo e alma.

          Um grito de prazer ecoou no quarto escuro.

          Pausadamente a respiração se acalma, os braços se afrouxam e a cabeça tomba no travesseiro abandonado.

          Um gosto de felicidade percorre o corpo, o cérebro, o coração de Marisa.

          Cai num sono profundo e em paz, a mesma paz de uma criança adormecida no berço.



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