BLOG NOVO: CONTOS DO ICAL


segunda-feira, 5 de maio de 2014

A MOÇA DO APTO. - 21 Maria Luiza C.Malina



A MOÇA DO APTO. 21
Maria Luiza C.Malina

Ah! Esta garota me dá muito trabalho. Ninguém serve para ela, muda de namorado como troca de roupa. Fico desanimado. Implica com Tudo.

O pior é que quando a família pergunta quando ela vai se casar ela responde que não sabe. Sabe apenas que aos 30 anos ela vai ter uma filha que vai nascer na primavera e se chamará Ana Luisa.

Era o mês de abril. Depois de uma festa, o namorado ficou enciumado com um amigo convidado. Foi embora e escreveu uma carta terminando o namoro, dizendo que, naquele ano o presente de Natal, seria um marido, que ela ficasse com o belo rapaz.

Não que eu tenha lido a carta, mas ela ficava chorando pelos cantos e mostrando a carta do término de um namoro de 3 anos para os amigos, que a consolavam.
Eu já estava de cabelos em pé e ela no final dos 28 anos, o tempo estava se acabando e ela na escolha. Os 29 anos chegaram e ela quase decidindo. Ah! Foi por pouco. Acabou outra vez. Assim não dá.

Bem, é melhor eu agir depressa. No final do mês ela vai se acertar com o “belo rapaz”, basta um empurrãozinho.

Saíram, dançaram, jantaram e... Nada acontecia.

Minha paciência acabou. Resolvi agir.

Depois de 15 dias de lenga-lenga, ele a pede em casamento.

Sabe o que ela respondeu? “Amanhã, vamos deixar este assunto para amanhã, é tarde”.

Só que ela não sabia o que iria acontecer. Eu aprontei mesmo. Ou vai ou racha.
Quando ela sai do carro do belo rapaz, leva o maior susto. Éh! Com ela é assim! Olha em frente à porta do prédio. Lá está o “tal do ex”, plantado a sua espera. Ela não sabia o que fazer, porque afinal os dois rapazes se conheciam. O Belo foi embora e o ex, ela o despachou “amanhã a gente conversa, é tarde”.

Que mania! Joga tudo para amanhã!

Assim foi.

As penas das minhas asas já estavam amassadas de tanto corre-corre contra o tempo que voava mais rápido do que eu.

Era novembro. O dia seguinte chegou. Ela foi trabalhar. Não falou com ninguém. Quieta.

Vai para casa, o telefone toca. É o “ex” que, de cara pede mil perdões, mas que ela é a mulher da vida dele. Ela muito educada e, ele tudo entendeu.

E agora, o que ela vai responder para o “Belo”, torço as penas e uma escapa, ela a apanha. Brinca com ela entre os dedos. Alisando-a responde que “SIM”. (Ufa! Aleluia) e continuou:

Mas... mas, (ai..ai..ai.. lá vem ela com um mas) que ele pensasse muito bem porque para ela casamento é para sempre.

Nossa! Voei em caracóis, mais me parecendo a uma borboleta.

- Afinal consegui! No prazo! (*arranha a garganta).

Em Setembro do ano seguinte, nasceu uma linda menina, no dia da primavera e ela, completou os seus 30 anos em Outubro, realizando sua profecia de arrepiar os cabelos da família.

E eu, estou sossegado. Posso parar de brincar de Anjo casamenteiro.

ÉH! Os Anjos passam e dizem Amém. Noivaram no Natal, casaram-se e estão juntos até hoje.


Esta foi por pouco!

Nenhum comentário: