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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Chapeuzinho Vermelho - Ivonéte Miranda



CHAPEUZINHO VERMELHO

Ivonéte Miranda


Mariana saia cedinho para ir para a escola e foi por causa do inverno rigoroso de Curitiba que a vovó tricotou a boina vermelha.
A garotada do colégio logo botou o apelido nela de chapeuzinho vermelho.
Mariana cresceu, ficou uma bela moça e continuou sendo conhecida apenas pelo apelido carinhoso.
Assim que completou 18 anos foi ao Banco e abriu uma conta.
O aniversário da avó se aproximava e ela foi até a agência bancária, sacar um “dinheirinho” para comprar uma lembrança.
A moça ainda estava na fila do caixa quando o rapaz falou baixinho quase em seu ouvido :
-“Quer comprar este bilhete premiado ? Faço preço bom.
“Não posso ir buscar o prêmio porque perdi meus documentos.”
Mariana por um minuto pensou na avozinha e na alegria de poder comprar um bom presente para ela, perguntando :
-“Moço, quanto você quer pelo bilhete ?”
O rapaz retornou com outra pergunta :
-“Quanto você pode pagar ?”
-“Não tenho muito, apenas umas economias que guardei com sacrifício, mas o que tenho lhe darei.”
-“Aceito.”
A moça sacou tudo o que tinha na conta corrente e entregou para o homem, recebendo em troca o bilhete.
Mariana saiu correndo para receber o prêmio, calculando que a avó iria ficar orgulhosa da esperteza dela e feliz com o presente que iria receber.
Ao chegar à caixa econômica sorridente entregou o bilhete e esperou.
A moça do guichê falou :
-“Sinto muito, mas este bilhete é falso.”
Mariana sentiu o chão lhe fugir dos pés.
Lembrou de seu apelido, chapeuzinho vermelho, e constatou que lobo mau nem sempre tem pelo e rabo.

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