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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lilica - Ivonéte Miranda

LILICA

Ivonéte Miranda


Lilica era o apelido da bela camponesa, cujo nome era Lígia.
Na fazenda em que ela morava tinham várias criações, gado, porcos, galinhas e até faisões.
Desde muito pequena Lilica tinha o sonho de viver na cidade grande.
Foi naquelas férias de janeiro que a tia e madrinha convidou a moça para passar alguns dias na capital.
Quando Lilica soube do convite sentiu o coração explodir de alegria.
A mãe e o pai não gostaram nem um pouco da idéia, mas diante da insistência da filha, deixaram que ela viajasse.
Na véspera da viagem a Lilica não dormiu, pensando em tudo que iria encontrar, imaginando coisas lindas, pessoas chiques e educadas, lojas bonitas e passeios fantásticos.
No percurso da rodoviária até a casa da tia, vendo as luzes da cidade, imaginou que pareciam muitos colares de pedras reluzentes. Ficou apaixonada pela cidade grande.
Na primeira semana a jovem só saia de casa em companhia da tia.
Na segunda semana, tanto insistiu que a tia deixou que ela saísse sozinha.
Lilica pegou o ônibus para ir para ao centro, mas seus pensamentos eram tantos que acabou por adormecer.
Foi despertada por uma tremenda gritaria :
- “Assalto ! Pega o ladrão! Abaixe! Olhe o tiro!”
Ouviu o barulho das sirenes zunindo bem perto, olhou assustada pela janela e viu que eram muitos carros de polícia e também uma ambulância.
Seu coração ficou pesado e pensou que seria apenas um pesadelo.
Já escurecia quando os policiais prenderam a quadrilha e libertaram os reféns.
Lilica chorava assustada e encolhida entre um banco e outro do ônibus.
Ao chegar na casa da tia caiu nos braços dela aos prantos e suplicou para voltar para a fazenda dos pais, pois lá sim era um sonho verdadeiro.

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