LILICA E O SACI
Carmen Lucia Raso
De repente alguém gritou da porta da casa de Lilica
- Vamos patrão, ta pegando fogo no pasto lá atrás do morro da Capela!
Saíram todos de dentro da casa, o Sr. Carlos, pai de Lilica saiu correndo na frente não esperando por ninguém, e lá foi o Tião atrás do patrão.
Bateram um sino, que era o aviso de alerta aos que ali moravam, pois o fogo estava se alastrando. O sino soava tão forte que até os vizinhos vieram socorrer.
De longe se via o vermelho das chamas e a fumaça pelo ar.
Lilica, lá fora com sua mãe, Dona Carolina e seus irmãos Zezinho e Aninha cuidavam ao longe com o olhar preocupado e cuidadoso para aquela situação..
De repente Lilica diz:
-Mamãe, olha lá! Tem alguém bem pretinho daquele lado, com um gorro vermelho e está pulando feito um Saci!
Por incrível que pareça, só a Lilica via aquele moleque maroto fazendo rodopios no ar, formando um redemoinho contrário ao que atiçava o vento. Por um instante, como num passe de mágica, o fogo foi se apagando, acalmando e cessou por completo.
Quando todos voltaram do pasto, com alegria cansada, o Sr. Carlos agradeceu a todos e pediu à mulher que providenciasse um suco e quitutes de Dona Benê, a velha e querida cozinheira da família.
Lilica, mais do que depressa falou:
- Papai, tem que chamar aquele menino pretinho, de gorro vermelho, pois foi ele quem fez ventar do lado contrário do fogo e com seus puloos ajudou a apagar o incêndio.
Todos se entreolharam espantados, ao mesmo tempo que chegava perto deles o menino pretinho, de gorro vermelho, pulando com uma perna só, segurando um cachimbo na mão. Quando estava pertinho da Lilica, ela disse:
- Mamãe, dá suco com biscoitos prô Sacizinho, pois ele merece e é nosso amigo também.
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