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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A tragédia - Patricia Iasz



A tragédia
Patricia Iasz


Até aquele dia... Quando um alvoroço tomou a frente do prédio. Sirenes alarmaram a rua, despertando a todos para uma curiosidade recente. Policiais fardados, com armas engatilhadas, invadiram o edifício sem pedir licença. Gritos agudos e choros desesperados podiam ser ouvidos do apartamento de Hilo. O silêncio insinuante com relação aquele rapaz, hoje caíra por terra.

Ele acabara de matar seu amante!

A amiga do rapaz assassinado, ainda em prantos sobre o corpo inerte, parecia desolada pela incapacidade de impedir a tragédia. Chegara tarde demais.
Hilo, ainda com o revolver em punho, balbuciava palavras em japonês deixando todos confusos. Espantoso era seu semblante. Parecia indiferente com a cena que via.         

Quando os guardas chegaram, logo algemaram o rapaz. Depois foram conversar com a única testemunha do crime. Em soluços esta desabafara que meses atrás rompera com o indivíduo assassinado porque este declarara que já estava envolvido com outro a algum tempo.

Como conhecia Hilo e já desconfiava da amizade dos dois, na última briga com o ex, descobriu o romance.

Porém, contara ela que na noite passada, seu antigo namorado estava nervoso pois tivera uma intriga com Hilo e este o ameaçara de morte.  Mesmo assim, ele disse que estava decidido dialogar nesta manhã. Ela chegara tarde demais.


Hilo era um rapaz de programa pois fora a unica maneira que descobrira para se manter no Brasil. Neste “bico” para o sustento conheceu seu amante e após um breve envolvimento foi surpreendido pelo abandono. Não suportou a separação ainda mais sabendo que ele voltaria novamente para os braços da ex e a história culminara nesta triste realidade. Dois abandonos e uma morte. 

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