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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

SUA VIDA MUDOU! - Ribeiro de Amorim


SUA VIDA MUDOU!
Ribeiro de Amorim

  Silvinha havia acabado de perder a mãe, o que a deixara em tremenda frustração.
  
Sozinha, com poucos parentes vivos, pai já não possuía  há muitos anos, sentia-se infeliz, só e desamparada.

  Trabalhava como atriz coadjuvante em teatros e novelas, fazendo algumas pontas quando a chamavam.

  Até seu trabalho, o que poderia distrair um pouco, andava fraco, com poucos convites e cenas.

  Seu único entretenimento era sair às vezes com Rafael, meio amigo, meio namorado, ainda não havia uma definição entre ambos.

  Acreditava piamente em horóscopos, tarôs, leitura de mãos e coisas assim... Era muito mística e crédula, consultando tudo que ouvia falar como verdade.

  Iludia-se com essas coisas, mas à medida que o tempo passava, percebia que não acontecia o que lhe afirmavam e entrava novamente em depressão.

  Certo dia, andando na rua a caminho de um teatro de jovens que a havia chamado para um teste, estava tão cabisbaixa, abatida, sem esperança que, tropeça num buraco da calçada e vai ao chão.

  É socorrida por uma senhora simpática, amável, que olhando-a firme nos olhos, pergunta se está tudo bem! Não havia quebrado nada nem se machucado.

  Levanta-se rápido e responde que sim, tudo normal. Fora apenas uma distração!

  Despede-se agradecida, mas antes nota que a desconhecida lhe passa nas mãos uma pequena cruz com os dizeres:

Vinde a mim quando estiveres cansado e oprimido!”

  Sente pena de jogar fora e guarda-o na bolsa como se fosse alguma intuição.

  Realmente, após esse incidente, sua vida começa a mudar.

  Seu trabalho no teatro não é mais uma ponta, mas cena de destaque, maior atuação. Volta para casa mais alegre e encontra Rafael no caminho que, finalmente, chega à conclusão de que deveriam se casar. Conheciam-se há mito tempo.

  Atuando como gostava e de casamento marcado, dirige-se a uma igreja para a data e o horário, como se fosse outra pessoa, não mais a Silvinha de antigamente.
  Ao entrar na nave, avista logo um crucifixo igualzinho ao que recebera e não jogara fora. Bem maior, tem uns dizeres em baixo: “Vinde a mim quando estiveres cansado e  oprimido!”


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